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Jihadistas do EI mataram em duas semanas mais de 700 em tribo na Síria

An image made available by Jihadist media outlet Imagem reproduzida pela emissora jihadista Welayat Raqa mostra suposto membro do Estado Islâmico ajoealhado com sua arma ao lado do corpo decapitado de um soldado sírio em Rawa, no norte do país, em 25 de julho afp_tickers

Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) mataram, nas últimas duas semanas, mais de 700 membros de uma tribo no leste da Síria, segundo uma ONG, e avançavam neste sábado na província de Aleppo frente aos rebeldes, o que provocou um pedido de intervenção ocidental similar à do Iraque.

A Coalizão Nacional Síria (CNS), oposição no exílio, pediu aos países ocidentais, “com os Estados Unidos à frente”, que ajam rapidamente contra os jihadistas do EI e contra o regime sírio, em alusão direta aos bombardeios realizados no Iraque.

Os combatentes do EI lutam na Síria, onde controlam várias regiões, tanto contra as forças do presidente sírio, Bashar Al-Assad, quanto contra os rebeldes e outros grupos jihadistas, como a Frente Al-Nusra, vinculada à Al-Qaeda.

O sunita Estado Islâmico proclamou, ainda, um califado sob seu controle na Síria e no Iraque, onde lançaram outra ofensiva no começo de junho.

Na Síria, estes jihadistas mataram nas últimas duas semanas mais de 700 membros da tribo sunita dos shaitat, que tentou se rebelar contra sua autoridade na província petroleira de Deir Ezzor (leste), controlada em grande parte pelo EI – relatou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

“Uns 100 [falecidos] são combatentes, e o restante é de civis”, informou a ONG, destacando que o massacre aconteceu nas localidades de Ghranij, Abu Hamam e Kashkiye.

Segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rsahman, “desconhece-se o paradeiro de mais de 1.800 membros dessa tribo”.

A tribo dos shaitat luta desde o fim de julho contra o EI nestas três localidades, após a detenção de três de seus membros pelos jihadistas, que violaram um acordo entre os dois campos. A tribo se comprometeu a não se opor ao EI, se os jihadistas deixassem seus membros em paz.

O Estado Islâmico se retirou por um momento dessas localidades antes de retomar novamente o controle, no fim da semana passada.

No começo de agosto, o EI decapitou três membros dos shaitat.

Depois de expulsar seus rivais, o EI tomou o controle da maior parte da província de Deir Ezzor, integrado ao seu “califado” proclamado no fim de junho nos territórios sob seu controle na Síria e no Iraque.

Os jihadistas avançavam, ainda, no norte do país, rumo aos redutos rebeldes de Marea e Azaz, depois se apoderar de uma dezena de localidades da província de Aleppo, na fronteira com a Turquia, segundo o OSDH e um combatente.

A queda de Azaz e Marea em suas mãos representaria um duro golpe para os rebeldes, que tenta há três anos depor Assad e, ao mesmo tempo, combate o EI, pois cortaria sua principal rota de abastecimento.

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