Navigation

Juíza suspende lei do aborto em província da Argentina

Manifestante aguarda com um lenço verde (símbolo das ativistas a favor da legalização do aborto) diante do Congresso da Argentina em 11 de dezembro de 2020, antes da votação na Câmara dos Deputados afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 29. janeiro 2021 - 02:32
(AFP)

A lei recentemente promulgada de interrupção voluntária da gravidez na Argentina sofreu nesta quinta-feira (28) seu primeiro revés na província de Chaco (norte), onde uma juíza decidiu suspendê-la devido a uma liminar apresentada por um grupo conservador.

A juíza Marta Aucar, do 19º tribunal de Chaco, decidiu "acolher a medida cautelar requerida" e "dispor a suspensão da aplicação da lei" do aborto em território provincial, "até que se resolva a ação principal", diz a sentença.

Os promotores da medida argumentam que a lei de interrupção voluntária da gravidez (IVE, na sigla em espanhol) até a 14ª semana de gestação, aprovada pelo Congresso em 30 de dezembro, após um debate histórico e promulgada apelo presidente Alberto Fernández em 14 de janeiro, é contrária às normas de Chaco.

A prática abortiva "restringe, menospreza, violenta, limita e altera a existência, o exercício e o gozo do direito à vida da criança por nascer, protegida pelo nosso ordenamento jurídico desde a concepção", diz sua alegação.

Para entrar em vigor, a decisão deve ser notificada formalmente à província de Chaco, que poderia apelar da decisão.

"Somos respeitosos do Estado de Direito e respeitamos os processos judicais. Chegou o momento de respondermos desta forma", reagiu no Twitter a vice-secretária de Saúde de Chaco, Carolina Centeno.

"A lei da IVE é uma lei sancionada pelos representantes do povo. Do governo provincial, vamos continuar impulsionando este direito para proteger as mulheres e as pessoas gestantes", sustentou.

Para a advogada Soledad Deza, a liminar contra a lei do aborto "não tem fundamentos jurídicos, está destinada ao fracasso".

Consultada pela AFP, a advogada explicou que "a Argentina é uma federação, então não seria legítimo que Chaco tivesse um padrão de direitos humanos abaixo do restante das províncias".

"O que isto implica, em termos jurídicos, é ignorar a supremacia constitucional na nossa forma de organização política", acrescentou.

Para resolver o litígio, o caso poderá passar por várias instâncias, da Câmara de Apelações em Chaco à Suprema Corte de Justiça.

E "os tempos da justiça na Argentina são lentos", admitiu Deza.

A advogada teme que ocorra um caso similar ao da província de Córdoba, onde a ONG conservadora Portal de Belén conseguiu suspender por sete anos a aplicação da interrupção legal da gravidez em casos de estupro ou risco de vida para a mãe, vigente desde 1921, através de uma liminar na justiça, que acabou sendo rejeitada por uma corte.

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?

Boletim de Notícias
Não foi possível salvar sua assinatura. Por favor, tente novamente.
Quase terminado… Nós precisamos confirmar o seu endereço e-mail. Para finalizar o processo de inscrição, clique por favor no link do e-mail enviado por nós há pouco

Leia nossas mais interessantes reportagens da semana

Assine agora e receba gratuitamente nossas melhores reportagens em sua caixa de correio eletrônico.

A política de privacidade da SRG SSR oferece informações adicionais sobre o processamento de dados.