Lula é condenado a 12 anos e 11 meses por reforma em sítio de Atibaia
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desde abril cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, foi sentenciado nesta quarta-feira (6) a 12 anos e 11 meses de prisão por acusações similares em outro processo.
A juíza federal Gabriela Hardt, substituta do ministro Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, uma corte de primeira instância, considerou que o ex-presidente (2003-2010) se beneficiou de reformas no sítio do interior de São Paulo feitas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht em troca de facilitar contratos na Petrobras, segundo a Agência Brasil.
A magistrada considerou em sua sentença que “a culpabilidade [de Lula] é elevada”, pois “recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de Presidente da República, de quem se exige um comportamento exemplar”.
A nova condenação se refere à investigação da operação Lava Jato, que desde 2014 denunciou e julgou dezenas de empresários e políticos de alto escalão, relacionados com um esquema de propina na petroleira.
Lula enfrenta vários outros processos, mas se declara inocente em todos e denuncia uma conspiração político-judicial para impedir que o PT, do qual foi cofundador nos anos 1980, volte ao poder.
A notícia, com uma foto de Lula, foi tuitada pelo presidente Jair Bolsonaro, que durante sua campanha prometeu que, se fosse eleito, o ex-líder sindical iria apodrecer na prisão.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, denunciou a sentença. “A perseguição a Lula não para”, afirmou.
A primeira sentença de prisão a Lula foi proferida em julho de 2017, quando o então juiz de primeira instância Sérgio Moro o condenou a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O agora ministro da Justiça e Segurança Pública o considerou na época beneficiário de um apartamento tríplex no Guarujá oferecido pela OAS em troca de sua mediação para obter contratos com a Petrobras.
Em janeiro de 2018, o Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4), uma corte de segunda instância, confirmou a condenação e e elevou a pena a doze anos e um mês de prisão, que Lula começou a cumprir em abril do ano passado.