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Maduro redobra chamados ao diálogo com a oposição venezuelana

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em Caracas, no dia 21 de junho de 2016 afp_tickers

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que está disposto a ver até o “diabo”, para iniciar um diálogo com a oposição, que incentiva um referendo contra ele.

Maduro estende o novo convite a seus adversários políticos num momento em que a Organização de Estados Americanos (OEA) debate em Washington a crise política no país petroleiro.

“Sou capaz de ir ver até o diabo”, disse Maduro durante um ato na capital venezuelana.

Nesse sentido, solicitou à coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) e em particular a Henry Ramos Allup, presidente do Parlamento, que responda positivamente o seu chamado.

O mandatário pediu apoio para “mais cedo possível obrigar a MUD e Ramos Allup se sentarem” para conversar, após quase seis meses de uma luta de poderes entre o Executivo e o poder legislativo que marca uma severa crise econômica.

“A Venezuela está exigindo o diálogo”, expressou Maduro, após a intervenção diante da OEA do ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que pediu uma oportunidade para iniciar conversações.

Rodríguez Zapatero falou como porta-voz de uma iniciativa da União de Nações Sul-americanas (Unasul) para explorar opções de diálogo entre Maduro e seus contraditores.

Apesar de seu chamado para a conciliação, o mandatário acusou dirigentes de oposição – incluindo Ramos Allup – de buscar “um clima de confronto e violência interna que justifique uma intervenção no país”.

O secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, convocou um debate com o embaixadores dos 34 países-membros da organização para discutir a possível aplicação da Carta Democrática Interamericana, que prevê sanções em caso de ruptura constitucional.

“Eu havia dito (aos opositores): você incendeiam a Venezuela (…) que na OEA nós nos encarregamos de aprovar a intervenção de seu país”, sustentou.

A oposição recusa o diálogo por considerar que “não foram estabelecidas regras claras” para uma negociação “efetiva e transparente”, e exige como condição a realização de um referendo revogatório contra Maduro.

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