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Manifestações pró-palestinos acabam em violência em Paris

Centenas de manifestantes pró-palestinos enfrentaram neste sábado a polícia numa troca de pedras e gases lacrimogêneos em Paris para tentar realizar um protesto em apoio aos palestinos de Gaza, evento proibido pelas autoridades francesas. afp_tickers

Uma manifestação de apoio aos palestinos da Faixa de Gaza organizada neste sábado em Paris, apesar de uma inédita interdição das autoridades francesas, acabou se transformando num confronto entre policiais e simpatizantes pró-palestinos.

Em outros lugares da Europa, como Londres e Bruxelas, onde milhares de pessoas pedem o fim do bombardeio israelense em Gaza, as manifestações aconteceram de forma pacífica, no 12º dia da ofensiva israelense sobre Gaza, que já deixou 334 mortos palestinos.

Durante a noite, após algumas horas de manifestações, conflitos ainda podiam ser vistos em várias ruas de um bairro ao norte de Paris. Um jogo de gato e rato se instaurou entre policiais e manifestantes.

Apesar dos olhos queimados pelo gás lacrimogêneo e com a boca e o nariz encobertos, dezenas das manifestantes se recusavam a deixar o local e recuperavam pedaços da calçada e pedras para usar como projéteis.

A maioria dos participantes da manifestação, que reuniu centenas de mulheres e famílias, deixou o local antes dos confrontos. Pelo menos duas bandeiras de Israel foram rasgadas e queimadas, sob aplausos da multidão, no início da manifestação.

De acordo com uma fonte policial, 38 pessoas foram presas por lançar projéteis e por agressão contra as forças de ordem. Quatorze policiais ficaram feridos, de acordo com a mesma fonte.

Hollande e Israel

Num fato raro, as autoridades haviam proibido a manifestação em Paris, uma decisão inédita na Europa. Elas temiam uma “ameaça à ordem pública”, após os confrontos durante a manifestação pró-Palestina de 13 de julho. No dia, alguns incidentes entre manifestantes e membros da comunidade judaica foram vistos frente a uma sinagoga, deixando oito feridos.

A justiça francesa lembrou que organizar uma manifestação sem permissão é passível de uma pena de seis meses de prisão e 7.500 euros de multa.

O presidente francês François Hollande, em visita ao Chade, alertou que “quem insistir em se manifestar terá que arcar com as consequências”.

O chefe de Estado é acusado pela esquerda de liderar uma política pró-israelense. Hollande também foi durante criticado por ter enviado a “solidariedade” da França a Israel em pleno bombardeio de Gaza, uma decisão que muitos partidos e organizações pró-palestinos consideraram como uma carta branca dada ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Após as críticas, o presidente francês reequilibrou sua posição pedindo um cessar-fogo.

Manifestações também foram organizadas em outras grandes cidades francesas: 4.000 pessoas em Lyon, 3.000 em Marselha e pelo menos 1.300 em Estrasburgo e Lille pediram para que Israel cessasse de bombardear Gaza.

Em Londres, milhares de pessoas foram às ruas a pedido de sete associações, como Stop the War, Palestine Solidarity Campaign ou Islamic Forum of Europe, diante da residência do primeiro-ministro britânico.

Neste domingo, manifestações pró-palestinas são esperadas em Viena, Amsterdã e Estocolmo, enquanto uma manifestação pró-israelense será acontecerá em Londres.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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