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Minas Gerais declara emergência por febre amarela

Pessoas recebem vacina para febre amarela em Caratinga, Minas Gerais, no dia 13 de janeiro de 2017 afp_tickers

O governo de Minas Gerais decretou nesta sexta-feira situação de emergência em saúde pública em 152 cidades por um provável surto de febre amarela, que tem em investigação 110 casos e 30 mortes apenas em 2017.

Além disso, foram encontrados macacos mortos em zonas selváticas do estado, um indicativo de que o vírus transmitido por mosquitos silvestres (Haemagogus e Sabethes) poderia estar circulando por esta área, onde vivem dois milhões de pessoas, informou à AFP um assessor do Ministério da Saúde.

“São os primeiros sinais de que poderiam estar ocorrendo casos de febre amarela, mas até o momento não temos confirmação nem de humanos nem de macacos mortos” pela doença, disse o porta-voz, ao apontar que estão sendo realizados exames nos falecidos e potenciais infectados.

A situação “não é comum”, destacou.

O ministério enviou duas equipes à região conhecida como Vale do Aço, por sua produção siderúrgica, e lançou uma campanha de vacinação.

O decreto do estado autoriza a aquisição de insumos e materiais para atender a “situação de emergência” durante 180 dias.

A febre amarela é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus que causa temperaturas altas, calafrios, cansaço, dores de cabeça e musculares, náuseas e vômitos.

Os casos agudos são raros e derivam em uma insuficiência renal e hepática, icterícia – olhos e pele amarelados – e hemorragias, detalha a Secretaria de Saúde de Minas Gerais em um “hotsite” lançado especialmente pelo surto.

Com quase 21 milhões de habitantes, Minas Gerais registrou seu último caso autóctone de febre amarela em áreas silvestres em 2009.

E, em todo o Brasil, não há episódios urbanos desde 1942.

Mas o aparecimento do vírus em regiões rurais implica o risco de que, “ao contrair a dolência, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o mosquito Aedes aegypti, que é o mesmo que transmite a dengue, o zika e a chikungunya nas cidades”, alerta o Ministério da Saúde.

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