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Moradores libertam soldados mexicanos retidos após morte de guatemalteco

Imagem fornecida pelo serviço de imprensa do Exército da Guatemala mostra os seis soldados mexicanos libertados pelos moradores afp_tickers

Seis soldados mexicanos foram libertados nesta terça-feira (30) após várias horas retidos por moradores da Guatemala, em resposta à morte de um guatemalteco em um posto de controle militar no município de Mazapa de Madero, Chiapas (sul do México), perto da fronteira entre os dois países.

“Após o processo de negociação realizado por membros do Exército e da Polícia da Guatemala, chegou-se ao acordo de que os soldados mexicanos seriam entregues” às autoridades de seu país, declarou o coronel Rubén Tellez, porta-voz das Forças Armadas guatemaltecas.

A devolução dos soldados e seu armamento se concretizou na madrugada “na linha da fronteira”, acrescentou.

Apesar de inicialmente Tellez ter indicado que eram sete militares mexicanos retidos, foi estabelecido que na verdade eram seis soldados nas mãos dos habitantes da aldeia guatemalteca La Esperanza, no município fronteiriço de Tacaná.

De acordo com boletins da polícia local, na segunda-feira os militares pararam o veículo dirigido por Elvin Mazariegos, um guatemalteco de 30 anos. Uma fonte oficial disse que Mazariegos apontou uma arma para os soldados, e eles atiraram de volta.

Posteriormente, moradores de comunidades da Guatemala e do México chegaram ao local e prenderam 15 soldados e três caminhões. Oito deles já foram soltos.

De acordo com Tellez, as autoridades do México no processo de libertação se comprometeram a levar o corpo de Mazariegos a Tacaná e “submeter os militares envolvidos à Justiça mexicana”.

Este incidente ocorre dois dias depois da morte de uma cidadã salvadorenha no balneário de Tulum, em Quintana Roo, após ser dominada por quatro policiais mexicanos.

No Twitter, o chanceler da Guatemala, Pedro Brolo, exigiu que as autoridades mexicanas esclareçam os crimes cometidos contra seus compatriotas, “para que se faça justiça, e estes atos condenáveis não voltem a se repetir”.

Com esse comentário, o diplomata referiu-se também ao assassinato em janeiro de 16 migrantes de seu país em Tamaulipas, perto da fronteira americana, um caso pelo qual uma dezena de policiais mexicanos foram detidos.

Os governos do México e Guatemala lançaram no fim de semana uma operação conjunta na fronteira comum com militares e policiais para frear as caravanas de migrantes que tentam chegar aos Estados Unidos.

O governo mexicano disse nesse momento que as operações de vigilância permaneceriam as 24 horas em toda a fronteira sul do México, assim como nas rodovias, trens de carga e estradas, para “manter um fluxo migratório regular, além das medidas sanitárias pela covid-19”.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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