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MP revelará quem são os autores do atentado contra presidente da Venezuela

Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 06. agosto 2018 - 12:05
(AFP)

A Procuradoria venezuelana revelará nesta segunda-feira a identidade de seis pessoas detidas por suspeita de tentar assassinar o presidente Nicolás Maduro com drones carregados com explosivos.

Antecipando uma "punição implacável", o procurador-geral, Tarek William Saab, de linha governista, afirmou que divulgará o detalhes sobre o "atentado" do qual o presidente saiu ileso no sábado, durante uma parada militar em Caracas.

Saab presenciou o incidente na tribuna onde o presidente socialista dava um discurso e quando explodiu um dos drones, ferindo sete militares, segundo o governo.

Um relatório policial ao qual teve acesso a AFP identifica um dos homens como César Saavedra, que foi preso perto de um prédio residencial onde explodiu o segundo artefato.

"Estão identificados os autores materiais e intelectuais, dentro e fora do país", assegurou no domingo o ministro do Interior, Néstor Reverol.

Maduro declarou na véspera que prepara uma resposta dura à tentativa de assassinato. Ele afirma que os "financiadores do plano estão nos Estados Unidos e que a ordem de atacá-lo veio de Bogotá".

"Não tenho dúvidas de que o nome de [presidente colombiano] Juan Manuel Santos está por trás deste atentado", afirmou Maduro.

"São absurdas e carecem de qualquer fundamento as declarações" contra Santos, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia em um comunicado.

Washington negou qualquer participação nos fatos.

"Maduro reforça, assim, sua narrativa de que a crise da Venezuela se deve a atores externos de Colômbia e Estados Unidos, mas não está claro se esta tática vai funcionar", disse à AFP o diretor da instituição Diálogo Interamericano, Michael Shifter.

O ataque foi atribuído a um suposto grupo de militares rebeldes, identificado como Movimento Nacional Soldados de Camisetas, mas as autoridades não confirmaram a informação.

- Marcha de apoio a Maduro -

Em apoio ao presidente, os partidos da coalizão governista, funcionários públicos e organizações sociais farão uma manifestação nesta segundo junto ao palácio presidencial Miraflores.

Não foi confirmada ainda a presença de Maduro, que enfrenta uma forte rejeição popular devido à crise econômica e escassez de alimentos e medicamentos, além de uma inflação que chega a 1.000.000%, segundo o FMI.

Maduro guardou silêncio sobre o caso no domingo, mas o alto comando militar se pronunciou opara reiterar sua "irrestrita lealdade" ao chefe de Estado.

Com grande poder político, as Força Armadas são consideradas o principal apoio do presidente.

Com a ameaça de perseguir com mão de ferro os responsáveis pelo suposto atentado, a oposição tem uma onda repressiva no país.

A condução do caso é uma "tentativa de criminalizar quem legítima e democraticamente se opõe a ele e aprofundar a repressão", denunciou a opositora Frente Ampla.

Um vídeo divulgado pelo governo mostra o momento em que uma explosão é ouvida e os seguranças de Maduro, que fazia um discurso, cobrem-no com um colete à prova de balas.

Ao contrário do presidente, que permaneceu de pé e tentou observar o que acontecia, vários militares a seu lado se abaixaram e, pouco depois, Maduro foi retirado do local. Sua esposa, Cilia Flores, e vários nomes importantes do governo estavam no palanque.

Após a explosão, dezenas de militares começaram a correr de maneira desordenada.

A transmissão da cerimônia em rede de rádio e televisão foi interrompida. Fotografias mostram um militar ensanguentado.

Ex-motorista de ônibus, 55 anos, Maduro chegou ao poder em 2013, após a morte de Hugo Chávez, que governava o país desde 1999.

Foi reeleito em 20 de maio em uma votação polêmica, boicotada pela oposição, que considerou o pleito ilegítimo.

Sua reeleição não foi reconhecida por grande parte da comunidade internacional.

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