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MP venezuelano acusa Guaidó de contratar mercenários para invadir país pelo mar

(Arquivo) O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó afp_tickers

O Ministério Público da Venezuela acusou o opositor Juan Guaidó de contratar “mercenários” com recursos do país bloqueados pelos EUA para realizar uma invasão pelo mar que o governo Maduro conseguiu impedir no domingo. A ação resultou em oito novas prisões nesta segunda-feira (4).

“Mercenários contratados” fecharam “contratos” de US$ 212 milhões com dinheiro “roubado da estatal petroleira venezuelana PDVSA” e de contas do país que foram bloqueadas por outros países, comentou à imprensa o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab.

Saab vinculou o caso a um ex-militar americano identificado como Jordan Goudreau.

“Aqui vemos as assinaturas (…) do cidadão Juan Guaidó” e “do próprio Jordan Goudreau”, disse o procurador, fazendo referência a uma foto do suposto contrato, divulgada por uma jornalista venezuelana que mora em Miami, Patricia Poleo.

Saab também divulgou um vídeo de Goudreau, o fundador de uma empresa de segurança e defesa chamada Silvercorp USA, no qual o ex-oficial militar garante que uma operação contra o governante socialista Nicolás Maduro estava em andamento.

No domingo, o governo denunciou uma tentativa de “invasão de mercenários” que deixaram a Colômbia e tentaram entrar na costa de Macuto, estado de La Guaira (norte), a cerca de 40 minutos de Caracas por terra.

Oito “terroristas” morreram e dois foram presos, informou o número dois do Chavismo, Diosdado Cabello.

Cabello informou nesta segunda “foram capturados mais oito mercenários” na região costeira de Chuao.

Um deles, segundo o número dois, é o capitão dissidente Antonio Sequea, que que esteve entre os 30 militares que se organizaram contra Maduro, em 30 de abril de 2019, com apoio de Guaidó e seu mentor político, Leopoldo López.

Outro é Josnars Adolfo Baduel, filho do general Raúl Baduel, velho aliado do falecido ex-presidente Hugo Chávez, que estava preso desde 2017 e que esteve preso entre 2009 e 2015.

Segundo o procurador, durante tentativa de “invasão” foram apreendidas armas da oposição roubadas da sede do Parlamento em 30 de abril do último ano, quando um grupo de soldados se revoltou, com o apoio de Guaidó.

O Ministério Público abriu várias investigações contra Guaidó, reconhecido por cerca de cinquenta países como presidente interino da Venezuela, mas não emitiu um mandado de prisão.

“A Justiça chegará mais cedo ou mais tarde”, afirmou Saab.

Em uma declaração de sua equipe de imprensa, Guaidó negou as acusações nesta segunda, rejeitando qualquer “envolvimento” com qualquer empresa de segurança privada.

Saab informou que existem 114 presos e 92 pessoas procuradas para serem presas por por planos contra Maduro e o governo chavista desde que houve um ataque com drones repletos de explosivos durante um ato militar em 2018.

Maduro disse nesta segunda que “o principal objetivo” da operação era matá-lo.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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