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Mulheres foram afetadas de forma 'desproporcional' pela covid-19 nas Américas, diz Opas

Mulher grávida recebe vacina contra a covid-19 em um centro de vacinação em Medellín, Colômbia, em 24 de julho de 2021 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 02. março 2022 - 18:53
(AFP)

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou nesta quarta-feira (2) um impacto "desproporcional" da covid-19 sobre as mulheres nas Américas, apontou para um aumento da mortalidade materna e pediu a vacinação das mulheres grávidas.

"Em uma região repleta de desigualdades, as mulheres foram mais uma vez afetadas de forma desproporcional", disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em coletiva de imprensa.

A pandemia de covid-19 não apenas prejudicou as mulheres no trabalho e aumentou a violência contra elas – com um aumento de até 40% nas chamadas recebidas por linhas de socorro em alguns países –, mas também desferiu um golpe “significativo” em sua saúde.

“Os dados de toda a região deixaram bem claro que a covid-19 teve um impacto impressionante na mortalidade materna”, afirmou Etienne.

Desde o início da pandemia, há dois anos, foram registrados nas Américas mais de 365 mil casos de covid-19 em gestantes, dos quais mais de 3 mil morreram, segundo dados da Opas.

Etienne destacou em particular um grande crescimento na mortalidade de mulheres grávidas nos Estados Unidos a partir de agosto de 2021, quando a variante delta se tornou dominante, com o maior número de casos entre mulheres hispânicas e brancas não hispânicas.

- "Uma tragédia" -

Um estudo da Opas em oito países americanos mostrou que uma em cada três gestantes que necessitaram de cuidados intensivos não teve acesso adequado, quase 77% deram à luz prematuramente e quase 60% desses bebês nasceram abaixo do peso.

"É uma tragédia", declarou Etienne, enfatizando que a aceitação da vacina anticovid entre as mulheres grávidas "ainda é muito baixa" nas Américas.

A Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), pede que todas as mulheres em idade reprodutiva, incluindo gestantes e lactantes, sejam vacinadas contra a covid-19.

“As taxas de morbidade e mortalidade da covid-19 entre mulheres grávidas são significativamente mais altas nas Américas em comparação com outras regiões, o que indica que os benefícios da vacinação superam em muito os riscos”, disse Etienne.

Evidências mostraram que mulheres com covid-19 durante a gravidez são mais propensas a ter parto prematuro e a morte do feto do que mulheres não infectadas com o vírus.

“As mulheres grávidas devem ser vacinadas após o primeiro trimestre”, frisou.

Etienne também pediu que as mulheres tenham "voz e voto" na recuperação da pandemia, um âmbito em que considera “chave” a liderança feminina.

"Nas Américas, as mulheres representam apenas 30% dos especialistas que moldam as estratégias nacionais de combate à covid-19, mas mais de 70% dos nossos profissionais de saúde da linha de frente são mulheres”, observou.

- “O vírus ainda está conosco” -

A Opas destacou que a incidência de covid-19 nas Américas continua caindo pela sexta semana consecutiva, mas alertou que a pandemia ainda não acabou.

Durante a última semana foram notificados 1,5 milhão de novos casos, o que representa uma queda de 32% em relação à semana anterior. Além disso, os países registraram cerca de 24.650 mortes pela doença, uma redução de 10%.

No entanto, quatro países relataram um aumento nos casos esta semana em comparação com a semana anterior e dez países e territórios relataram uma alta nas mortes.

Quanto às hospitalizações, três dos 35 países e territórios com dados disponíveis tiveram um aumento em relação à semana anterior (Anguilla, Curaçao e Chile) e dois países informaram um crescimento nas internações em unidades de terapia intensiva (Chile e Santa Lúcia).

“Esses sinais mostram que ainda estamos atravessando a pandemia”, ressaltou Etienne, pedindo à população que continue tomando precauções para evitar novas infecções.

Sylvain Aldighieri, chefe de incidentes para covid-19 da Opas, insistiu que a melhor maneira de se proteger contra o coronavírus é se vacinar e seguir as medidas de saúde pública recomendadas, em especial em áreas onde o risco de transmissão permanece alto.

"O vírus ainda está conosco", observou.

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