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Nave espacial chinesa retorna à Terra

Foto de 5 de maio mostra o foguete Longa Marcha 5B em seu lançamento na base de Wenchang, na ilha chinesa de Hainan afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 08. maio 2020 - 09:00 minutos
(AFP)

A China deu nesta sexta-feira (8) mais um passo na conquista do espaço com o retorno de sua nova nave espacial, lançada há alguns dias sem tripulação, um êxito que permite ao país programar a futura construção de uma estação espacial.

O módulo da nave de retorno à Terra pousou às 13h49 locais (2h49 de Brasília) em uma zona de aterrissagem pré-determinada no norte do país, após dois dias e 19 horas em órbita, indicou a agência chinesa responsável pelos voos tripulados (CMS).

Uma imagem que mostra a queda do aparelho amortecido por três paraquedas foi publicada pelo "Diário do Povo", o jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC). O principal objetivo da nave é transportar astronautas até a futura estação espacial e fazer voos tripulados no espaço.

"Esta missão é um sucesso retumbante", disse Jonathan McDowell, astrônomo do Centro Harvard-Smithsonian nos Estados Unidos, para quem, "no longo prazo, ela dará à China o potencial de enviar astronautas para o espaço profundo, talvez um dia para a Lua".

A nave foi lançada na terça-feira pelo foguete Longa Marca 5B, o mais potente utilizado até o momento pela China e que permitirá transportar os elementos da futura estação. A construção desta infraestrutura está prevista para acontecer entre 2020 e 2022.

Chamada Tiangong ("Palácio celestial"), a estação terá três partes: um módulo principal de quase 17 metros de comprimento (área de convivência e de trabalho) e dois módulos anexos (para experimentos científicos). O aspecto será similar ao da antiga estação russa Mir.

Desde 1999, a China já lançou várias naves espaciais "Shenzhu", construídas com base no modelo dos "Soyuz" soviéticos e depois russos.

A nova nave chinesa que retornou nesta quinta-feira é considerada mais segura e com maior resistência ao calor para a reentrada na atmosfera.

O veículo pode transportar até seis astronautas, no lugar de três. Por ser parcialmente reutilizável, abre novos horizontes para o programa espacial tripulado chinês.

O objetivo é que a nave possa cumprir missões mais distantes no espaço, viagens que precisam de muito mais velocidade e maior proteção contra temperaturas extremas.

Para Andrew Jones, especialista no programa espacial chinês do site SpaceNews, o "retorno bem-sucedido" reflete que Pequim "leva a sério a missão de enviar astronautas além da baixa órbita terrestre", uma área de 1.500 a 2.000 quilômetros acima do nível do mar, onde ficam as estações.

"A China tem agora capacidades similares em termos de voos espaciais tripulados às de Rússia e Estados Unidos", considera Chen Lan, analista do site GoTaikonauts.com, que destaca que Washington continua sendo o "número um".

O retorno sem problemas da nave tranquiliza os coordenadores do programa espacial chinês, depois que uma cápsula experimental se desintegrou na quarta-feira na reentrada na Terra, devido a uma "anomalia", segundo a CMS.

Com um investimento de bilhões de euros em seu programa espacial, a China colocou vários satélites em órbita - por conta própria, ou em parceria com outros países.

No início de 2019, o país se tornou a primeira nação a pousar uma sonda no lado oculto da Lua.

O gigante asiático prevê o lançamento de uma sonda a Marte ainda em 2020. O objetivo é aterrissar o aparelho no Planeta Vermelho e usar um pequeno robô com controle remoto.

Pequim também espera enviar uma missão tripulada à Lua dentro de dez anos.

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