Nova prisão vinculada aos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips na Amazônia
A polícia realizou uma nova prisão como parte das investigações do assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira na Amazônia no mês passado, informaram as autoridades nesta sexta-feira (8).
O detido é conhecido pelo apelido de "Colômbia" e afirmou à polícia que compra mercadorias de pescadores da região, incluindo um dos homens que permanece detido após confessar sua participação no crime, Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado".
O quarto preso no caso se apresentou "espontaneamente" às autoridades na quinta-feira para negar as versões que circulam há semanas na imprensa de que ele seria o mandante dos assassinatos e foi preso por se identificar com documentos falsos.
Phillips, de 57 anos, foi morto a tiros no dia 5 de junho junto com o especialista em povos indígenas Pereira, 41, quando voltavam de uma expedição no Vale do Javari, local remoto no estado do Amazonas considerado perigoso pela presença de traficantes de drogas, entre outros.
A principal hipótese da polícia é que o motivo do crime esteja relacionado à pesca ilegal em terras protegidas, atividade que Pereira combatia.
"Estamos apurando se essa pessoa conhecida como 'Colômbia' (...) trabalha com pesca, se financia" essa atividade, disse nesta sexta-feira em coletiva de imprensa Eduardo Fontes, chefe da Polícia Federal do estado do Amazonas.
"Colômbia" "nega qualquer participação nesse duplo homicídio e também nega ser mandante", acrescentou Fontes.
"Não sabemos qual é sua verdadeira identidade, soubemos que tem documentos de três países (Brasil, Colômbia e Peru, ndlr), em cada país com uma identificação diferente", disse Fontes.
Até o momento, três homens foram presos suspeitos de atirar contra Pereira e Phillips e há indícios de que outros cinco esconderam seus corpos, encontrados dez dias depois de seu desaparecimento em uma área de difícil acesso.
"Estamos aprofundando as investigações para ver se existem mais pessoas que participaram ou não do crime, se existe ou não um mandante, para descobrir qual foi a real motivação", concluiu o chefe de polícia do Amazonas.