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Obama pode resolver conflito por dívida argentina, diz Kirchner

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fala durante uma cerimônia na residência oficial, em Buenos Aires, em 31 de julho de 2014. afp_tickers

A presidente argentina, Cristina Kirchner, afirmou nesta quinta-feira que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem poderes para resolver o conflito pela dívida gerado após uma sentença judicial em Nova York.

Cristina voltou a criticar o acordo, por não ter “pé nem cabeça”.

Em um discurso nas redes nacionais de rádio e televisão, a presidente mencionou uma matéria do jornal britânico “The Guardian”. O texto afirma que Obama poderia intervir em um caso desse tipo, amparado em uma “cláusula (constitucional) de separação de Poderes”, já que se está “interferindo nas relações com outro país”.

“Há um juiz que quer atropelar a soberania de um país e que deixou US$ 539 milhões (de um pagamento da dívida) em um limbo jurídico. Não existe (não é legal) reter esses fundos. A sentença não tem pé nem cabeça”, disse a presidente, que falou da Casa de Governo.

Uma negociação entre as partes, com a ajuda de um mediador, fracassou na semana passada, e o juiz do caso, Thomas Griesa, convocou uma nova audiência para esta sexta, 8 de agosto.

“Eu não conhecia essa faculdade presidencial (nos EUA). O ex-presidente George W. Bush a usou quando o mesmo fundo ‘abutre’ (NML, ganhador do julgamento contra a Argentina) quis embargar fundos da República do Congo. Ele fez isso apesar de Paul Singer (diretor do NML) ser um dos mais importantes doadores do Partido Republicano (ao qual W. Bush pertence)”, lembrou Kirchner.

Em meio à incerteza financeira e econômica criada pelo que as agências classificadoras de risco consideraram “default seletivo, ou parcial”, a Argentina deu mais um passo contra a sentença do juiz ao acionar os EUA, nesta quinta, diante da Corte Internacional de Haia.

“Que os Estados Unidos aceitem a jurisdição de Haia. O Tribunal do qual todos somos signatários foi criado para evitar diferenças, para que não nos agarremos aos bombardeios”, afirmou Cristina Kirchner.

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