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ONU alerta para possíveis protestos violentos em eleições da Guatemala

Pessoas participam de manifestação para exigir a saída do presidente guatemalteco Otto Pérez, na Cidade da Guatemala, no dia 27 de agosto de 2015 afp_tickers

O escritório na Guatemala do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Oacnudh) anunciou nesta quarta-feira que se mantém vigilante para “prevenir possíveis manifestações violentas” durante as eleições gerais do próximo domingo.

Equipes da Oacnudh “viajarão a diferentes pontos do país com o objetivo de assegurar que a população possa gozar de seus direitos e liberdades fundamentais, e que quem quiser exercer seu direito ao voto possa fazê-lo livremente”, disse em um comunicado o italiano Alberto Brunori, chefe da entidade na Guatemala.

No próximo 6 de setembro, cerca de 7,5 milhões de guatemaltecos estão convocados para eleger o novo presidente, vice-presidente, 338 prefeitos, 158 deputados e 20 representantes do Parlamento Centro-Americano, em uma ambiente atípico devido a uma crise política iniciada por vários casos de corrupção no governo e que provocou diversas manifestações de repúdio.

O clima se agravou na terça-feira, depois que o Congresso autorizou tirar a imunidade do presidente Otto Pérez para que seja investigado por seu suposto papel como chefe de uma rede que orquestrou uma fraude milionária nas aduanas.

Paralelamente à crise, várias ONGs reportaram agressões de simpatizantes de alguns partidos políticos contra ativistas que rejeitam os atuais candidatos, assim como o assassinato de uma dezena de aspirantes a postos de eleição popular entre março e agosto.

“No contexto das eleições temos a missão específica de observar a situação dos direitos humanos, a qual nos diferencia de missões de observação que se concentram no desenvolvimento do processo eleitoral”, explicou Brunori.

Na véspera, em entrevista à AFP, a líder indígena guatemalteca e Prêmio Nobel da Paz em 1992 Rigoberta Menchú, pediu “prudência” à população, esperando que o processo das eleições transcorra sem violência, em um clima tolerante e “sem mancha de sangue”.

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