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Oposição venezuelana prevê explosão social com demora de referendo

Opositores do governo venezuelano protestam em Caracas, no dia 25 de maio de 2016 afp_tickers

Um grupo de deputados da oposição exigiu nesta quarta-feira ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que publique o cronograma do processo de ativação do referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, advertindo que se a votação não ocorrer este ano pode haver uma explosão social.

“Estamos aqui para exigir das autoridades eleitorais que esclareçam esta história e diante do sofrimento do povo suspendam as barreiras que impedem a realização do referendo este ano”, declarou à imprensa na sede do CNE o vice-presidente do Parlamento, Enrique Márquez, que liderou a comissão de sete legisladores.

Os deputados foram recebidos por Luis Emilio Rondón, único dos cinco membros do CNE ligado à oposição.

A opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) acusa o CNE de obedecer o governo Maduro e retardar o processo de ativação do referendo para adiar a consulta para 2017.

Márquez advertiu que se o CNE decidir, nos próximos dias, que o referendo não sairá este ano “haverá uma elevação da pressão social na Venezuela a limites intoleráveis”.

“O povo venezuelano não se calará se o revogatório atrasar para atender aos interesses do governo. Não se calará porque é a única válvula de escape para o sofrimento que estão enfrentando”.

“Os prazos regulamentares dão perfeitamente para que o referendo revogatório se realize em outubro deste ano. Esperamos o respeito à Constituição e a responsabilidade histórica (…) de permitir que esta crise tenha uma transição pacífica”, afirmou Márquez.

Se o referendo ocorrer em 2016 e Maduro perder, serão convocadas novas eleições, mas se acontecer em 2017 o presidente dará lugar ao vice-presidente, Aristóbulo Isturiz, do mesmo partido “chavista”.

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