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Opositor venezuelano Capriles proibido de exercer cargos públicos

Henrique Capriles, em Washington, DC, no dia 31 de março de 2017 afp_tickers

O líder opositor Henrique Capriles foi inabilitado para exercer cargos públicos durante os próximos 15 anos, o que o impedirá de ser candidato à presidência da Venezuela em 2018, segundo decisão da Controladoria revelada pelo próprio dirigente nesta sexta-feira.

O controlador Manuel Galindo “impôs a sanção de inabilitação para o exercício de funções públicas por um período de quinze anos, contado a partir da data de execução da citada resolução”, assinalada o documento, passível de apelação.

A sanção corresponde a “irregularidades administrativas” durante a gestão de Capriles entre 2011 e 2013 como governador de Miranda, no norte do país.

Capriles, que perdeu a eleição de 2013 para o atual presidente, Nicolás Maduro, reagiu com indignação: “Aqui o único que está inabilitado é Nicolás Maduro. Metam sua inabilitação onde o sol não lhes bate”.

“Se a ditadura berra, é sinal que estamos indo bem, que estamos avançando”, acrescentou o governador do Estado de Miranda em entrevista coletiva.

A apelação pode ser apresentada na Controladoria, no prazo de 15 dias, ou ao Supremo Tribunal de Justiça, nos próximos seis meses.

Os dois órgãos são apontados pela oposição como escritórios de Maduro.

Se for condenado, Capriles deverá abandonar o cargo de governador de Miranda, para o qual foi reeleito em 2013.

“Tudo faz parte do pacote do AUTOGOLPE”, escreveu Capriles no Twitter. “O único INABILITADO neste país é você @ você e a narco-corrupta cúpula que lhe acompanha” – escreveu Capriles.

Advogado de 44 anos, Capriles teve um papel fundamental nos protestos desta semana contra o governo. Na quinta-feira, liderou a passeata em direção ao bastião do chavismo no centro de Caracas, reprimida com violência pela polícia e a Guarda Nacional.

“A inabilitação de @hcapriles tem apenas um objetivo: a ditadura quer eleger sua oposição. Vamos deixar?! Não!. Amanhã seguimos!”, disse o vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara, sobre os protestos convocados para este sábado.

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