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Panamá retira credenciais da representante de Guaidó, mas sem reconhecer Maduro

O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, em fevereiro de 2020 afp_tickers

O Panamá retirou as credenciais diplomáticas da embaixadora venezuelana nomeada pelo líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido como presidente da Venezuela por cinquenta países, embora ainda não reconheça o presidente Nicolás Maduro.

A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (4) por meio de uma circular da chancelaria panamenha ao corpo diplomático credenciado no Panamá.

“Em 8 de janeiro de 2021, a senhora Fabiola Zavarce foi solicitada a devolver formalmente as credenciais diplomáticas que a credenciavam como Embaixadora da República Bolivariana da Venezuela na República do Panamá”, afirma a carta.

O documento, ao qual a AFP teve acesso e cuja autenticidade foi confirmada pela chancelaria panamenha, não detalha os motivos da decisão.

O país centro-americano, como vários outros, não reconhece o governo Maduro em Caracas ou os resultados das eleições legislativas venezuelanas de dezembro passado por não ter “as garantias mínimas de um processo democrático”.

Em 5 de janeiro deste ano, o Ministério das Relações Exteriores do Panamá mostrou “seu compromisso com todas as forças políticas e setores da sociedade venezuelana, incluindo Juan Guaidó e os demais representantes da Assembleia Nacional eleitos em 2015”.

Guaidó se proclamou presidente em 23 de janeiro de 2019 diante de uma multidão, após o Parlamento majoritário da oposição, que ele liderava, declarar Maduro um “usurpador”, considerando sua reeleição “fraudulenta” em 20 de maio de 2018.

O recém-empossado governo americano de Joe Biden e a União Europeia renovaram os apoios a Guaidó.

Zavarce, indicada por Guaidó, entregou suas credenciais ao então presidente panamenho Juan Carlos Varela (2014-2019) em março de 2019, que a recebeu em seu gabinete no Palácio Las Garzas, sede do governo.

Na ocasião, o Panamá reconheceu Zavarce como a “única” embaixadora venezuelana no Panamá, poucos dias antes de retirar as credenciais de 14 funcionários da missão diplomática venezuelana do governo Maduro.

Zavarce substituiu o embaixador nomeado por Maduro, Jorge Durán Centeno, militar que acompanhou o falecido Hugo Chávez durante a tentativa de golpe que liderou em 4 de fevereiro de 1992, anos antes de sua posse como presidente.

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