Navigation

Para especialistas independentes, pandemia mostrou fragilidades da OMS

Pequim enfrentou críticas internacionais por sua falta de transparência durante o surto inicial afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 19. janeiro 2021 - 15:12
(AFP)

A pandemia do coronavírus expôs as fraquezas da OMS: uma instituição com recursos insuficientes e "poder limitado" em relação aos Estados, de acordo com um relatório de especialistas independentes encomendado pela agência da ONU.

Co-presidido pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e pela ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf, o Grupo Independente sobre a Preparação e Resposta à Pandemia, apresentou nesta terça (19) seu relatório provisório ao Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde, que se reúne até 26 de janeiro.

De acordo com o relatório, a OMS e a China poderiam ter agido com mais rapidez e de forma mais contundente para alertar o mundo sobre a epidemia em janeiro de 2020.

Mas o documento também revela que a agência especializada da ONU "não tem meios suficientes para cumprir o que se espera dela" e não tem poder de coação.

"Em última análise, a OMS não tem o poder de impor nada ou de investigar 'por conta própria' em um país", disse Ellen Johnson Sirleaf em uma entrevista coletiva.

"Se uma nova doença aparecer, a única coisa que a OMS pode fazer é pedir para ser convidada e esperar ser convidada", explicou.

O Grupo Independente considera "lamentável" o "poder limitado" da OMS durante surtos de doenças para, em particular, "ser capaz de implantar meios locais de apoio e contenção".

"Os incentivos à cooperação são insuficientes para garantir a participação efetiva dos Estados (...) com a disciplina, a transparência, responsabilidade e celeridade exigidas", nota o relatório.

"Todos os Estados-membros procuram a OMS em busca de uma liderança, coordenação e aconselhamento, mas não estão dispostos a dar ao organismo autoridade, acesso e todo o financiamento de que necessita para alcançar isso. Portanto, está claro, que isso não funciona", declarou a ex-presidente da Libéria.

O painel também considera que o sistema de alerta global de pandemia não está adaptado às necessidades.

"Os patógenos podem se mover em minutos e horas, não dias e semanas", disse Helen Clark, explicando que o sistema de alerta parece ser de uma era analógica já ultrapassada e deve ser adaptado à era digital.

E acrescentou: "Foi apenas um mês depois que o alarme foi dado em Wuhan que o sistema internacional deu seu alerta mais forte" para a pandemia.

Numa maioria crescente de casos, a OMS toma conhecimento de alertas de surtos por meio das redes sociais ou da imprensa, observa ainda o relatório.

As conclusões finais do painel serão divulgadas em maio diante da Assembleia Geral da OMS.

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?

Boletim de Notícias
Não foi possível salvar sua assinatura. Por favor, tente novamente.
Quase terminado… Nós precisamos confirmar o seu endereço e-mail. Para finalizar o processo de inscrição, clique por favor no link do e-mail enviado por nós há pouco

Leia nossas mais interessantes reportagens da semana

Assine agora e receba gratuitamente nossas melhores reportagens em sua caixa de correio eletrônico.

A política de privacidade da SRG SSR oferece informações adicionais sobre o processamento de dados.