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Parlamento convocará representantes legais da Odebrecht na Venezuela

(Arquivo) O deputado opositor venezuelano Juan Guaidó, em Caracas, no dia 22 de junho de 2015 afp_tickers

O Parlamento venezuelano – de maioria opositora – interpelará os representantes legais da empreiteira Odebrecht na Venezuela para que expliquem o suposto pagamento de propina a funcionários para obter contratos.

“Iremos citá-los na próxima quarta-feira. Queremos saber o que aconteceu com esses 98 milhões de dólares que, segundo Marcelo Odebrecht (ex-presidente da empresa), foram pagos à Venezuela em subornos”, disse nesta quarta-feira à AFP o deputado Juan Guaidó.

A Assembleia Nacional aprovou na semana passada a investigação do caso em um debate que não foi assistido pelos legisladores oficialistas.

Guaidó, presidente da Comissão de Controladoria, considera que o valor da propina supostamente pago pela empreiteira é muito maior do que o confessado por Marcelo Odebrecht, porque “somente em cinco obras não concluídas na Venezuela há um investimento de 16 bilhões de dólares”.

“Não há só que investigar os subornos, mas também as obras que não foram concluídas, o superfaturamento. Uma das pontes a cargo da empreiteira custou sete vezes mais por quilômetro do que uma ponte similar em Portugal”, afirmou o legislador.

Guaidó disse que assim que os representantes da Odebrecht comparecerem, citará os funcionários do governo do presidente Nicolás Maduro que foram responsáveis pelas contratações.

Os funcionários oficiais que são convocados pelo Parlamento não costumam comparecer porque o Tribunal Supremo de Justiça declarou o Legislativo em desacato, alegando que não desvinculou formalmente três deputados opositores acusados de fraude eleitoral.

Maduro se comprometeu no domingo a terminar as obras não concluídas pela Odebrecht, que segundo o deputado opositor Julio Montoya superam os 20 bilhões de dólares.

A Procuradoria confirmou em 26 de janeiro que pediu informações sobre o caso ao Ministério Público do Brasil e solicitou uma ordem de captura internacional contra uma pessoa – sem identificá-la – supostamente vinculada ao escândalo.

De acordo com a delação de Marcelo Odebrecht, a Venezuela é o segundo país da América Latina no qual a empreiteira pagou mais propina, apenas atrás do Brasil.

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