Persistem manifestações contra reeleição presidencial no Paraguai
As manifestações de estudantes contra o projeto de reeleição promovido pelo presidente Horacio Cartes prosseguiram nesta sexta-feira no Paraguai, onde a oposição se nega a participar de uma mesa de diálogo enquanto o governo não retirar a proposta.
Nas ruas de Assunção persistem as concentrações estudantis e de cidadãos, que exibem cartazes de “Não ao Golpe” e “Não à Emenda”, no momento em que o presidente Cartes insiste no diálogo, mas sem abrir mão da emenda constitucional que permite sua reeleição.
Diante da tensão política e social, o porta-voz do chefe de Estado, Hugo Velázquez, também presidente da Câmara dos Deputados, disse nesta sexta-feira que a população pode iniciar com calma os feriados da Semana Santa. “Garanto que não trataremos deste projeto na próxima semana”.
O polêmico projeto, aprovado de forma irregular por 25 senadores em um gabinete particular do Senado na semana passada, a princípio seria analisado pela Câmara dos Deputados na próxima terça-feira.
O deputado disse que insistirá com os opositores do Partido Liberal para que se somem ao diálogo iniciado na quarta-feira a pedido do Papa Francisco, após os violentos protestos contra a emenda para a reeleição.
A oposição afirma que a reforma só pode ser decidida por uma Assembleia Constituinte.
A reunião desta sexta-feira, na sede do Seminário Metropolitano, contou apenas com a participação de Cartes e aliados do governo.
Representantes do Partido Liberal, a maior força de oposição, e do Avança País, se negaram a voltar à mesa de negociações e acusaram Cartes de buscar “a desmobilização popular”.
A aprovação do projeto, há uma semana, provocou uma furiosa reação de manifestantes, que romperam uma barreira policial, invadiram o Congresso e incendiaram partes do prédio, em incidentes que deixaram um morto e 30 feridos.