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Petróleo fecha abaixo dos 100 dólares em Nova York, a US$ 99,96 o barril

As reservas de petróleo subiram claramente menos do que o previsto na semana passada nos Estados Unidos afp_tickers

O preço do petróleo terminou em queda nesta terça-feira em Nova York, abaixo da barreira dos 100 dólares pela primeira vez em dois meses, afetado pela alta no dólar causada pelas declarações da presidente do Fed.

O barril de “light sweet crude” (WTI) para entrega em agosto desceu 95 centavos na New York Mercantile Exchange (Nymex), chegando a US$99,96.

A última vez que o WTI ficou em menos de 100 dólares foi em 9 de maio.

O barril de Brent do Mar do Norte para entrega no mesmo prazo fechou a 106,02 dólares na Intercontinental Exchange (ICE) de Londres, caindo 96 centavos em relação ao fechamento de segunda-feira. É o nível mais baixo desde 7 de abril. O número chegou a cair a US$ 104,39, seu piso desde 2 de abril, mas se recuperou.

Depois de três semanas consecutivas de baixas, os preços do petróleo nova-iorquino foram fragilizados por novas pressões pela manhã, “quando os preços ficaram abaixo de níveis técnicos importantes (…) o que precipitou sua queda”, explicou Bob Yawger, do Mizuho Securities, banco japonês.

De acordo com o especialista, o mercado de energia foi afetado principalmente pelas dúvidas dos investidores de Wall Street, depois das declarações de Janet Yellen, a presidente do Fed, o Banco Central americano. Yellen sugeriu um aumento da taxa básica de juros antes do previsto, “se o mercado de trabalho continuar progredindo acima do previsto”.

Os corretores temem um ajuste antecipado da política de dinheiro “fácil” mantida pelo Fed desde o final de 2008, com taxas de juro próximas a zero para estimular a recuperação econômica.

As declarações da presidente também fortaleceram o dólar, porque um aumento nos juros tornaria o investimento na moeda mais atrativo. Como o petróleo é negociado em dólar, esse aumento afetou os preços do produto, que ficaria mais caro para os compradores que utilizam outras moedas.

Os preços também foram afetados pela perspectiva de um retorno massivo do petróleo líbio ao mercado mundial, país assolado por conflitos que afetaram a produção.

“Atualmente, a produção petroleira líbia está próxima dos 500.000 barris diários, contra um nível de 200.000 a 300.000 barris diários nos últimos meses”, segundo economistas do banco alemão Commerzbank.

Os operadores também esperam a divulgação dos dados semanais de reservas do petróleo dos Estados Unidos, que serão divulgados na quarta-feira pelo departamento de Energia.

“É esperada uma alta nas reservas em Cushing”, em Oklahoma (centro-sul), onde são armazenados os estoques que servem de referência ao WTI, ressaltou Yawger.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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