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Porta-voz da Presidência contraiu o novo coronavírus

(ARQUIVO) Nesta foto de 11 de abril de 2019, o porta-voz da Presidência Otávio Rêgo Barros fala durante uma cerimônia que marca os primeiros 100 dias do governo de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, em Brasília. Barros, que trabalha no mesmo prédio do presidente, foi diagnosticado com o novo coronavírus, informou o Palácio do Planalto em 6 de maio de 2020. afp_tickers

O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, que trabalha no mesmo prédio que o presidente Jair Bolsonaro, foi diagnosticado com o novo coronavírus, informou o Palácio do Planalto nesta quarta-feira (6).

“O general Rêgo Barros encontra-se em sua residência, cumprindo todos os protocolos recomendados e, até o momento, sem sintomas que mereçam maiores preocupações”, informou a Presidência em uma breve nota oficial.

Segundo o comunicado, Rego Barros, de 59 anos, realizou um primeiro teste na segunda-feira e o diagnóstico positivo foi confirmado na terça.

O caso do general se soma aos mais de vinte funcionários próximos ao presidente Jair Bolsonaro que foram diagnosticados com COVID-19 e que desempenham funções no Palácio do Planalto, sede da Presidência em Brasília.

O ministro-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten, foi o primeiro caso registrado. O contágio foi confirmado em 12 de março, logo após o retorno de uma viagem oficial aos Estados Unidos que incluiu reuniões com autoridades americanas, entre elas, o presidente Donald Trump.

Nos dias seguintes, vários ministros e políticos que participaram da viagem e fazem parte do círculo presidencial foram diagnosticados com a doença, inclusive o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. O general de 72 anos é um dos mais próximos a Bolsonaro.

O presidente disse ter se submetido a dois testes (12 e 17 de março) e teve resultado negativo em ambos, mas não divulgou os diagnósticos.

A Justiça decidiu a favor do jornal Estado de S. Paulo para que Bolsonaro apresentasse os resultados dos testes, mas um tribunal regional suspendeu o prazo determinado para a publicidade dos documentos médicos.

Na semana passada, em meio à disputa judicial, Bolsonaro disse que “talvez” contraiu a doença. “Talvez eu tenha contraído esse vírus no passado, talvez, e nem tenha sentido”, disse ele em entrevista a uma rádio.

Bolsonaro, que chegou a descrever o novo coronavírus como “gripezinha”, é contrário ao distanciamento social.

Durante vários fins de semana de março e abril, ele visitou espaços públicos em Brasília, ignorando a quarentena decretada pelo governador do Distrito Federal para conter a propagação do vírus e participou de manifestações que atacam os poderes judiciário e legislativo, que são favoráveis às medidas de distanciamento social.

O Brasil, com mais de 210 milhões de habitantes, registrou 114.715 casos e 7.921 mortes por COVID-19 até a tarde de terça-feira.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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