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Prefeita de Bogotá pede desculpas por “estigmatizar” migrantes venezuelanos

A prefeita de Bogotá, Claudia López afp_tickers

A prefeita de Bogotá, Claudia López, se desculpou nesta quinta-feira (18) por “estigmatizar” os venezuelanos na capital colombiana, após denunciar que uma “minoria” de migrantes perturba a segurança da cidade.

“Aproveito para pedir desculpas. Quando aponto alguns problemas de insegurança, não faço para causar polêmica ou estigmatizar ninguém”, explicou a prefeita durante evento informativo de seu primeiro ano no cargo.

“O que queremos é explicar que estamos diante de um desafio, de todos, de onde viemos, mas reconhecer as dificuldades não é gerar discussões, nem divisões, nem estigmatizações”, acrescentou.

Na sexta-feira, López foi alvo de críticas por declarações consideradas xenófobas, nas quais destacou que “uma minoria de imigrantes venezuelanos profundamente violentos” é “um grande fator de insegurança” em Bogotá.

A prefeita exigiu garantias do governo nacional contra os migrantes, após o assassinato de um policial de 24 anos na quarta-feira durante uma troca de tiros com dois venezuelanos disfarçados de entregadores, em uma área comercial na zona norte da cidade. Um dos agressores também morreu.

“Tudo é oferecido aos migrantes venezuelanos e o que é oferecido aos colombianos? Que garantias temos de que não haja concorrência desleal por seus empregos, especialmente para os humildes, que não se aproveitem da generosidade do governo colombiano para atacar os cidadãos colombianos?”, acrescentou.

A polêmica ocorreu em um momento em que o governo do presidente Iván Duque desenvolve um ambicioso plano para regularizar quase um milhão de migrantes venezuelanos, uma iniciativa que recebeu aplausos da comunidade internacional.

“Não é verdade que um venezuelano tenha mais prioridade do que um colombiano (…). Pelo contrário, para quem é migrante é muito mais difícil”, observou nesta quinta-feira, corrigindo suas palavras.

A Colômbia, que no passado viu milhões de seus cidadãos seguirem rumo a países como a Venezuela devido à violência que ainda persiste por causa do conflito interno, recebeu mais de 1,7 dos 5,4 milhões de venezuelanos que emigraram desde 2015, segundo dados da ONU.

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