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Premier iraquiano oferece anistia a rebeldes sem crimes de sangue

O premier do Iraque, Nuri al-Maliki afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 02. julho 2014 - 16:22
(AFP)

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, ofereceu nesta quarta-feira anistia geral, em uma aparente tentativa de enfraquecer o apoio aos insurgentes sunitas, que se apoderaram de várias zonas do Iraque.

"Anuncio uma anistia para todas as tribos e pessoas envolvidas em ações contra o Estado", mas que agora "recuperaram o juízo", com exceção das pessoas que tenham cometido assassinatos, declarou Maliki.

A oferta de Maliki é feita após o fracasso na terça-feira de uma sessão parlamentar na qual deveria iniciar um processo de formação de governo, crucial para contrabalançar a ofensiva jihadista que afundou o país no caos.

A surpreendente declaração de Maliki, realizada durante seu discurso televisionado semanal, foi encarada como uma tentativa de dividir a heterogênea aliança jihadista, também composta por partidários do falecido ditador Saddam Hussein e por tribos antigovernamentais.

Não se sabe até o momento quantas pessoas podem se beneficiar desta anistia, mas para os analistas será necessária alguma forma de reconciliação política para convencer os árabes sunitas a dar as costas aos seus correligionários e aos jihadistas para se unir a um governo acusado por eles de marginalizá-los.

O tempo corre contra o Iraque

Os Estados Unidos convocaram o Iraque a formar com toda a urgência um novo governo, e advertiram que o tempo corre contra o país.

"O destino do Iraque está em jogo nesse momento", declarou a porta-voz adjunta do departamento de Estado americano, Marie Harf. "Os líderes do Iraque devem tomar uma decisão crucial para o destino de seu país", acrescentou.

O enviado da ONU, Nickolay Mladenov, disse, por sua vez, que os deputados iraquianos "precisam se dar conta de que (o país) não vive uma situação normal".

Na terça-feira, a primeira sessão do Parlamento se desenvolveu no caos total, entre críticas e recriminações de curdos e sunitas contra o governo do primeiro-ministro Maliki.

A sessão foi levantada finalmente sem que os deputados conseguissem entrar em acordo para eleger um presidente do Parlamento, primeira etapa no processo de formação de um governo. A próxima sessão será realizada no dia 8 de julho.

Depois de eleger o presidente do Parlamento, os deputados deverão nomear o presidente da República, que, por sua vez, deverá designar um candidato do bloco parlamentar que liderou as legislativas para formar um governo.

Em outro tema, Maliki se opôs nesta quarta-feira a que a região autônoma do Curdistão conserve o controle dos territórios nos quais mobilizou forças nas últimas semanas para enfrentar a ofensiva dos jihadistas sunitas.

"Ninguém tem o direito de se aproveitar dos acontecimentos para impor um fato consumado, como fez a região do Curdistão", declarou Maliki pela televisão referindo-se à capital da província petrolífera de Kirkuk. "Rejeitamos isso", acrescentou.

"Lentos avanços"

Em terra, milhares de soldados, apoiados por tanques, artilharia e aviões militares, realizaram avanços limitados para reconquistar a cidade de Tikrit, que caiu nas mãos dos jihadistas no dia 11 de junho.

"Estão avançando lentamente porque todas as casas e veículos (na estrada a Tikrit) foram carregados de explosivos, e os insurgentes colocaram grandes quantidades de bombas nas estradas, além de carros-bomba", explicou Ahmed Abdullah Juburi, governador da província de Saladino, cuja capital é Tikrit.

O porta-voz da segurança de Maliki também anunciou a jornalistas que forças governamentais enfrentaram jihadistas ao sul da capital, Bagdá.

Desde 9 de junho, os jihadistas que controlam amplas regiões da província de Al-Anbar (oeste) conquistaram Mossul e grande parte de sua província Nínive (norte), assim como setores das províncias de Diyala (leste), Saladino e Kirkuk (oeste).

A violência deixou ao menos 2.400 mortos no mês de junho, segundo um balanço da ONU, um número mensal recorde nos últimos anos.

A ofensiva jihadista também deixou milhares de deslocados e criou "uma situação extremamente perigosa" para as crianças, segundo as Nações Unidas, que alertaram para notícias inquietantes de recrutamento de crianças soldados.

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