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Presidente da Colômbia diz estar certo de vitória em referendo sobre paz com as Farc

Santos concede uma entrevista à AFP no palácio presidencial, em Bogotá afp_tickers

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, está “absolutamente convencido” de que vencerá o plebiscito de 2 de outubro, no qual convocou os cidadãos a se pronunciarem sobre o acordo de paz com a guerrilha das Farc.

Em entrevista à AFP na segunda-feira, o chefe de Estado, que fechou há alguns dias um histórico pacto com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para acabar com meio século de conflito armado, descartou uma surpreendente vitória da oposição como ocorreu no Brexit, que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia no referendo de 23 de junho.

– Você disse que depois que os colombianos vissem que finalmente um acordo havia sido alcançado, o aprovariam mesmo que não fosse perfeito. Continua pensando da mesma forma?

– Sim, estou certo de que os colombianos estão começando a ver o que realmente foi negociado e estão dizendo: “Isso eu compro”. Houve tanta desinformação nestes últimos quatro anos que há muitos colombianos confusos. Mas você está vendo as últimas pesquisas e os colombianos se inclinam cada vez mais em direção à aprovação, em direção ao “Sim”, em vez do “Não”.

– Teme o fantasma do Brexit?

– Não acredito que neste caso isso se apresente. Os colombianos estão muito chateados com esta violência, com esta guerra. Demoramos três gerações. Alguém disse que perdemos inclusive a compaixão, a capacidade de sentir a dor alheia. E isso, em certa medida, é verdade. Por isso vão dizer que, embora seja uma paz imperfeita, cumpre com todos os requisitos mínimos, os padrões internacionais, os nacionais, e vamos aprová-lo.

– Mas se o “Não” ganhar a guerra voltará?

– Se o “Não” vencer, voltamos ao que tínhamos há seis anos, quando começamos.

– Não considera isso improvável após as negociações em Cuba?

– O que acontece é que o “Não” não vai vencer. O “Sim” vai ganhar. Tenha total certeza disso, estou convencido, e por isso não estou preocupado com o que alguns chamam de Plano B. Eu estou absolutamente convencido. E não assumiria um risco como esse, porque não sou obrigado a assumir este risco. Eu poderia ter negociado isso sem referendar, mas referendar é algo democrático, legitima muito mais um acordo desta natureza. Por isso insisti muito no referendo.

– A legitimação ajuda na implantação do acordo?

– A implementação depende do referendo. O ato legislativo que o Congresso aprovou, que estabelece procedimentos para a implementação, diz especificamente que tudo dispara, começa, quando os acordos forem confirmados mediante o referendo.

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