Presidente da Guatemala recebe apoio de congressistas dos EUA (Chancelaria)
Uma delegação bipartidária de congressistas dos Estados Unidos mostrou seu “forte apoio” ao presidente da Guatemala, Jimmy Morales, cercado por protestos que exigem a sua renúncia ante assinalamentos de corrupção eleitoral, informou nesta sexta-feira a chanceler guatemalteca, Sandra Jovel.
O grupo, de nove parlamentares, se reuniu com Morales no Palácio Nacional para abordar aspectos da “excelente” relação bilateral entre ambos os países, explicou Jovel a jornalistas.
“Falou-se da conjuntura e de acordo com isso os congressista decidiram dar o seu forte apoio ao senhor presidente”, acrescentou a diplomata guatemalteca.
A delegação americana é composta pelos republicanos Peter Roskam, Stephen Knight, Tom Rice e Bill Flores, e pelos democratas David Price, Susan Davis, Dina Titus, Lucile Roybal-Allard e Norma Torres, esta última de origem guatemalteca.
Morales enfrenta uma crise política depois que a Procuradoria e uma comissão antimáfias da ONU pediram a retirada de sua imunidade para que fosse investigado por supostamente receber contribuições ilegais ao partido de direita FCN-Nación, em 2015, quando era secretário-geral e candidato à presidente por esse agrupamento.
O Congresso, em duas votações, não permitiu retirar o foro do presidente.
A crise se agravou quando Morales declarou persona non grata e ordenou a expulsão do ex-juiz colombiano Iván Velásquez, chefe da Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig), um ente da ONU que apoia a limpeza judicial e desde 2015 conduz uma inédita luta contra a corrupção.
A tentativa de expulsão foi rejeitada por vários países, incluindo os Estados Unidos, e gerou manifestações.
A congressista Torres, por meio de um comunicado, assinalou que durante o encontrou pediu ao presidente que “encontre uma forma de colaborar” com a Cicig e a Procuradoria para que ambos os entes “possam trabalhar sem interferências”.
O grupo também se reuniu com Velásquez e com a procuradora-geral, Thelma Aldana, para mostrar o seu apoio à luta contra a impunidade e corrupção, segundo detalhou a embaixada dos Estados Unidos em sua conta do Twitter.
Na quarta-feira, milhares de pessoas protestaram na capital e em outras cidades para denunciar o que chamaram de um “acordo de corruptos”, porque além de proteger o presidente, os deputados tentaram aprovar reformas penais para blindar os políticos de eventuais acusações de corrupção similares às formuladas contra Morales.