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Presidente peruano afirma que deixará o poder ao fim de seu mandato

(30 set) Vizcarra anuncia em Lima a dissolução do Congresso afp_tickers

O presidente peruano, Martín Vizcarra, que dissolveu o Congresso há quase uma semana, afirmou em entrevista divulgada neste domingo que não ficará no poder nem um dia além de 28 de julho de 2021, quando termina o seu mandato.

“Há uma clara intenção do meu governo e minha condição de presidente de respeitar explicitamente o prazo. De forma alguma permaneceremos além de 28 de julho de 2021”, garantiu Vizcarra em entrevista ao jornal “El Comercio”.

O presidente assinalou que “não há nenhum problema” em sua decisão de dissolver o Congresso ser vista no tribunal constitucional. “Respeitemos a competência de todas as instituições. De forma que, se em algum momento houver uma opinião do Tribunal Constitucional sobre este ou qualquer outro tema, iremos repeitá-la”, assinalou.

Vizcarra também colocou panos quentes nas versões da oposição que apontam que seu governo caminha para um “comunismo vizcarrista” e que suas ações se assemelham a um “castrochavismo”, garantindo que incentiva e respeita o investimento privado.

“A política econômica do governo se sustenta em promover o investimento privado com regras claras, sempre pedindo sustentação ambiental e social”, assinalou. “Temos a confiança do empresariado, que segue confiando no Peru (…) Não falo apenas em grandes empresas, mas também nas pequenas.”

Em 30 de setembro, o presidente dissolveu o Congresso, invocando suas faculdades constitucionais, a fim de acabar com os choques de poderes recorrentes e obstruções da maioria fujimorista, criticada, ainda, por amparar funcionários e magistrados investigados por corrupção. A medida teve o apoio de 89,5% dos peruanos, segundo uma pesquisa da empresa CPI.

Vizcarra substituiu na presidência o banqueiro Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), que renunciou por causa do escândalo de corrupção envolvendo a construtora brasileira Odebrecht.

O presidente ganhou popularidade ao promover uma cruzada contra a corrupção em um país onde os quatro chefes de Estado anteriores foram acusados de receber dinheiro da Odebrecht

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