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Principais autoridades mexicanas acusadas de ligações com o tráfico de drogas

Na foto de 22 de maio de 2017, o então ministro da Defesa do México, general Salvador Cienfuegos (C) e o secretário da Marinha, almirante Vidal Francisco Sanz, são recebidos pelo secretário da Defesa, Jim Mattis (E), no Pentágono, em Washington, DC afp_tickers

A captura do ex-secretário de Defesa Salvador Cienfuegos nos Estados Unidos junta-se à de vários altos funcionários mexicanos e mais uma vez chamou a atenção para a profunda penetração do narcotráfico nas instituições do país.

Confira os ex-funcionários de alto escalão presos nas últimas duas décadas.

– Salvador Cienfuegos: general reformado, de 72 anos, e Secretário de Defesa do governo de Enrique Peña Nieto (2012-2018). Ele foi preso em 15 de outubro de 2020 ao chegar com sua família no aeroporto de Los Angeles, Califórnia.

A promotoria do Brooklyn o acusa em um tribunal de Nova York de conspirar para “produzir e distribuir” nos Estados Unidos milhares de toneladas de heroína, metanfetamina, cocaína e maconha, no período entre dezembro de 2015 e fevereiro de 2017.

De acordo com a acusação, a ação foi em troca de suborno do cartel H-2, que identifica o oficial como “O Poderoso Chefão”.

– Genaro García Luna: engenheiro, de 52 anos, e Secretário de Segurança do governo de Felipe Calderón (2006-2012). Foi preso em 10 de dezembro de 2019 em Dallas, no Texas, acusado por um tribunal de Nova York de conspiração para tráfico de ao menos 53 toneladas de cocaína para os Estados Unidos. Encontra-se preso em um presídio nova-iorquino.

Em 7 de outubro, declarou-se inocente sobre o recebimento de subornos milionários do cartel de Sinaloa entre os anos de 2001 e 2019, em troca de conceder proteção e assistência ao tráfico de drogas aos Estados Unidos.

– Tomás Yarrington: aos 63 anos, foi governador do estado fronteiriço de Tamaulipas (1999-2005) como representante do Partido Revolucionário Institucional (PRI).

Foi preso na Itália a pedido dos Estados Unidos e do México – que o acusam de lavagem de dinheiro – em abril de 2017.

Conforme definido em acordo, ele deveria ser entregue aos tribunais americanos, então em foi transferido para o Texas em abril de 2018, e está preso em Brownsville.

– Mario Villanueva: aos 72 anos e membro do PRI, foi governador do estado turístico de Quintana Roo (1993-1999).

Ele foi capturado em 2001, acusado de ligações com o cartel de Juárez. Em 2010 foi extraditado para os Estados Unidos, onde também foi requerido por crimes relacionados ao tráfico de drogas.

Em 2017, voltou ao México para enfrentar outra acusação. Em junho deste ano, a presidência concedeu-lhe prisão domiciliar por causa da saúde delicada e como forma de prevenir a contaminação pela covid-19.

– Jesús Gutiérrez Rebollo: general falecido em 2013, aos 79 anos. Em 1996, foi nomeado chefe do Instituto Nacional de Combate às Drogas.

No ano seguinte, o primeiro “czar antidrogas” foi acusado de ter ligações com Amado Carrillo Fuentes – apelidado de “O Senhor dos Céus” – e então líder do cartel de Juárez. Ele foi condenado a 40 anos de prisão.

Devido ao seu delicado estado de saúde, foi transferido para um hospital militar em 2011, onde faleceu.

Foi o primeiro oficial de alto escalão acusado de ter ligações com o tráfico de drogas.

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