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Rússia proíbe importação de alimentos da Europa e EUA

Fábrica de queijos na cidade de Sonoma, no estado americano da Califórnia, em 10 de junho 2014. afp_tickers

A Rússia proibiu nesta quinta-feira a importação de alimentos procedentes dos países da Europa e dos Estados Unidos, em resposta às sanções que os países ocidentais determinaram contra Moscou, anunciou o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.

Moscou também ameaçou fechar o espaço aéreo do país aos aviões que viajam entre a Europa e a Ásia pela Sibéria, a rota mais curta, em resposta às sanções.

A proibição afeta principalmente a carne bovina, suína e de frango, pescado, os laticínios, as verduras e frutas procedentes dos Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega.

Medvedev explicou que a proibição pode ser revogada se os sócios demonstrarem “uma atitude construtiva”.

“Todas estas medidas são simplesmente uma resposta. Não queríamos este desenvolvimento da situação. Não há nada positivo nestas sanções”, disse.

“Espero sinceramente que o pragmatismo econômico prevaleça sobre as estúpidas considerações políticas de nossos sócios, e que não pensem em isolar ou assustar a Rússia”, completou o primeiro-ministro.

O embargo não será aplicado aos alimentos para bebês e os cidadãos russos poderão continuar com as compras no exterior, mas qualquer tentativa de aproveitar a situação para revender produtos proibidos será punida, destacou.

A lista completa de produtos submetidos ao embargo foi publicada no site do governo russo.

“Mesmo nestas condições estamos convencidos de que conseguiremos mudar a situação a nosso favor”, disse Medvedev, que prometeu “impedir o aumento dos preços” e “liberar as posições de mercados para nossos próprios produtores”.

Medvedev acrescentou que o país não deve desperdiçar a “oportunidade única de abrir e desenvolver a indústria destinada à substituição das importações”.

Ameaça aos voos entre Europa e Ásia

Sobre a ameaça de fechar o espaço aéreo, Medvedev disse que esta seria uma “medida grave”, considerada uma resposta à suspensão das atividades da companhia aérea de baixo custo russa Dobrolet, em consequência das sanções ocidentais.

O fechamento do espaço aéreo russo para os voos entre Europa e Ásia provocaria às companhias que utilizam a rota importantes gastos de combustível.

Mas também provocaria perdas para principal companhia aérea russa, a Aeroflot, que recebe a cada ano entre 250 e 300 milhões de dólares de indenizações pelos voos de trânsito.

“Evidentemente esta é uma medida grave. Temos que refletir”, disse o primeiro-ministro russo.

O fechamento do espaço aéreo afetaria consideravelmente as empresas europeias, em particular Lufthansa, British Airways, Air France e Finnair, que operam muitos voos de longo percurso para a Ásia.

O Bank of America Merrill Lynch calculou esta semana em 30.000 dólares por voo o custo de utilizar outros itinerários.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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