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Reino Unido nega que escassez de vacinas vá frear suspensão do confinamento

Médica da Marinha Real prepara seringa com a vacina de coronavírus de Oxford/AstraZeneca em um centro de vacinação em Bath, Inglaterra, em 27 de janeiro de 2021 afp_tickers

O governo britânico garantiu, nesta quinta-feira (18), que a anunciada redução no fornecimento de vacinas contra a covid-19 em abril não interromperá sua campanha de vacinação em massa, nem a desescalada progressiva do confinamento imposto desde o início do ano.

“Não há mudanças nos próximos passos do roteiro”, disse o primeiro-ministro, Boris Johnson, em uma entrevista coletiva.

“Seguimos no caminho para recuperar as coisas que amamos, voltar a ver nossas famílias e amigos, voltar aos nossos pubs, nossas academias de ginástica e instalações desportivas e, claro, ao comércio”, acrescentou, tranquilizador, anunciando que ele próprio será vacinado na sexta-feira com o imunizante do laboratório britânico AstraZeneca.

Seu ministro de Governos Locais, Robert Jenrick, reconheceu horas antes que “haverá alguns problemas de abastecimento nas próximas semanas”.

Porém, “não há razão para se preocupar”, afirmou ao canal Sky News. Ele garantiu que mantém a meta de oferecer uma primeira dose a todos com mais de 50 anos em meados de abril e a todos os adultos até o final de julho.

Em uma carta que vazou para a imprensa na quarta-feira, o serviço de saúde pública da Inglaterra advertiu os centros de vacinação sobre uma “redução significativa” nos suprimentos semanais a partir de 29 de março e por um mês.

Diante do Parlamento, o ministro da Saúde, Matt Hancock, atribuiu essa redução a “um atraso na chegada prevista” das vacinas produzidas na Índia pelo Instituto Serum para o laboratório britânico, sem detalhar números. Segundo a imprensa britânica, tratam-se de cinco milhões de doses.

“Há algumas semanas foram entregues cinco milhões de doses ao Reino Unido e tentaremos fornecer mais, mais à frente, em função da situação atual e das necessidades do programa de imunização do governo na Índia”, explicou um porta-voz do Instituto Serum na Índia.

Hancock também explicou que a disponibilidade de 1,7 milhão de doses foi adiada na semana passada devido à necessidade de testes adicionais de segurança.

– Entregas da Pfizer e da Moderna –

A AstraZeneca se limitou a emitir um breve comunicado, sem mencionar seus fornecedores internacionais: “Nossa cadeia de suprimento nacional no Reino Unido não está passando por qualquer interrupção e não há impacto em nosso calendário de entregas”.

O Reino Unido, que já administrou uma primeira dose a 25,2 milhões de pessoas, metade de sua população adulta, usa as vacinas da AstraZeneca/Oxford e da Pfizer/BioNTech para sua campanha em massa.

Procurada pela AFP, a Pfizer garantiu que suas entregas de vacinas ao Reino Unido avançam “segundo o previsto” no primeiro trimestre.

“Nossa fornecimento geral previsto para o segundo trimestre se mantém sem alterações, e estamos nos preparando para continuar fornecendo vacinas para o Reino Unido, de abril a junho, de acordo com nossos compromissos contratuais”, completou o fabricante.

País mais atingido na Europa pela pandemia, com 126.000 mortos, o Reino Unido fechou todas as lojas não essenciais em 20 de dezembro. Também reforçou o confinamento após as festas de fim de ano, ao decidir não reabrir as escolas.

Os alunos começaram a voltar às salas de aula em 8 de março, iniciando uma desescalada bem gradual das restrições, que deve se estender até fim de junho.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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