Perspectivas suíças em 10 idiomas

Saúde do cacique Raoni evolui para quadro satisfatório

O cacique Raoni Metuktire discursa diante de outros líderes indígenas em 17 de janeiro de 2020, em Piaracu, próximo a São José do Xingu, no estado do Mato Grosso afp_tickers

O cacique Raoni Metuktire se recupera de forma satisfatória dos seus problemas gástricos e intestinais, e pode receber alta até o final da semana, informou nesta terça-feira (21) o hospital onde o líder indígena está internado desde o último sábado.

O líder, de aproximadamente 90 anos, “apresentou uma melhora do quadro clínico”, indicou o Hospital Dois Pinheiros, em Sinop, no estado do Mato Grosso.

“Com a pressão arterial controlada, o cacique passou a noite bem, sem febre e está lúcido e orientado”, e os médicos trabalham “com a possibilidade de alta até o final de semana conforme evolução clínica e resultados de exames”, informou o doutor Douglas Yanai em boletim médico.

Raoni, que viaja por todo o mundo para alertar sobre a destruição da Amazônia e as consequências disso, recebeu pela manhã a visita do bispo Don Canício Klaus, da Diocese de Sinop, informou o boletim.

O líder indígena foi hospitalizado na última quinta em Colíder, tendo sido no sábado levado a Sinop, onde o diagnosticaram com úlceras gástricas e uma infecção intestinal. Os exames para a COVID-19 resultaram negativo.

Os sintomas começaram no final de junho, após a morte de sua esposa, Bekwyjka, que faleceu por causa de um derrame cerebral.

Familiares de Raoni contaram ao Planète Amazone, que coordena a campanha internacional do cacique, a morte da esposa que vivei ao seu lado por mais de seis décadas deixou seu emocional profundamente abalado.

Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder no Brasil em janeiro de 2019, Raoni redobrou suas alegações de ataques a povos indígenas.

Em entrevista recente à AFP, o cacique acusou Bolsonaro de querer “tirar proveito” da pandemia do novo coronavírus para promover projetos que ameaçam os povos indígenas, que têm um histórico de vulnerabilidade a doenças externas.

Mais de 16.000 indígenas foram infectados e 543 morreram com o novo coronavírus, segundo a Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o que tem amedrontado os 900.000 indígenas que vivem nas diferentes regiões do país.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR