Santos pede aceleração das negociações para finalizar guerra na Colômbia
O presidente Juan Manuel Santos assegurou neste sábado que está pronto para acelerar as negociações de paz com a guerrilha das Farc em Cuba e disposto a tomar as decisões necessárias para concluir a guerra que assola a Colômbia há cinco décadas.
“Temos que tomar decisões para parar esta guerra o mais rápido possível e eu estou pronto para acelerar as negociações para obter esse cessar-fogo bilateral e definitivo com a maior rapidez possível”, disse Santos em uma cerimônia de entrega de habitações em Bogotá.
O mandatário reiterou que seu governo manterá sua obrigação de combater os grupos armados, embora tenha admitido que para o país é difícil entender que se façam negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas) em meio à guerra.
“Sei que gera contradições, mas é a forma mais segura e efetiva de chegar à paz”, disse Santos, que reiterou que uma operação militar que deixou 26 guerrilheiros mortos na quinta-feira no sudoeste do país foi uma ação “legitima do Estado”.
O presidente colombiano assegurou que seu governo cumpriu “ao pé da letra” o projeto que traçou ao iniciar as conversações de paz e que incluía manter a negociação em meio ao conflito.
“Temos alguns generais da República em um grupo técnico negociando (em Cuba) os detalhes e condições desse cessar-fogo bilateral e definitivo. E isso é o que temos que fazer: acelerar as negociações para parar a guerra”, insistiu.
Santos disse que as conversações, iniciadas em Havana em novembro de 2012, têm “um ano completo sem avanços substanciais” e indicou que “o povo colombiano tem uma paciência finita e não infinita”.
“As pessoas querem ver que podemos avançar nas negociações para manter a fé em que podemos alcançar a paz”, completou o mandatário.
A morte na quinta-feira dos 26 guerrilheiros levou as Farc a suspenderem a trégua unilateral que haviam decretado em dezembro passado.
Apesar desta trégua unilateral, há pouco mais de um mês um ataque dos rebeldes provocou a morte de 11 militares, um fato que gerou uma forte rejeição da sociedade colombiana.
Em Cuba, as partes alcançaram acordos parciais sobre a reforma agrária, participação política e drogas ilícitas, mas faltam acordos sobre o tema das vítimas, o desarmamento e o mecanismo para referendar um eventual pacto final.