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Sete venezuelanos feridos em protesto por comida, denuncia opositor

Um casal usando máscaras passa por uma parede pintada como a bandeira nacional venezuelana em Caracas em 17 de abril de 2020, em meio ao surto de coronavírus (COVID-19). afp_tickers

Sete pessoas ficaram feridas em um protesto por comida nesta quarta-feira (22) na Venezuela.

Cerca de 300 manifestantes se reuniram em Cumanacoa, no estado de Sucre. O atraso na abertura de lojas causou “desespero” e tumultos, disse à AFP o deputado da oposição Robert Alcala.

“Três homens, duas mulheres e dois adolescentes ficaram feridos”, explicou o parlamentar, destacando que duas pessoas foram baleadas “supostamente” por membros da Guarda Nacional.

“Seis lojas foram saqueadas”, acrescentou o legislador.

Segundo a Provea, ONG de defesa dos direitos humanos, os venezuelanos protestavam “contra o alto custo de vida e a escassez de gasolina”, agravados pela crise do novo coronavírus.

“Fui fazer compras e vi que muitas pessoas saíram às ruas para saquear … Não é possível ficar em quarentena, passando necessidade”, disse à AFP Domingo Sánchez, técnico em telefonia celular que foi detido no tumulto.

Desde março, o país segue uma quarentena imposta pelas forças de segurança para impedir a disseminação da COVID-19 em um país já afetado por hiperinflação e colapso dos serviços públicos.

“Nem sequer temos gás. Não temos água, não temos comida… Não há gasolina”, disse Freddy Mago, agricultor que se uniu ao protesto.

“Eu não imaginava isso … Cumanacoa sempre foi uma cidade tranquila”, disse Nelson Figueras, vendedor de peixe.

Autoridades não se pronunciaram sobre o caso, mas o governador de Sucre, Edwin Rojas, apareceu horas depois caminhando por Cumanacoa entre apoiadores em um vídeo publicado por seu gabinete no Twitter.

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