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Sobrecarregado pela pandemia, Brasil bate recorde diário de mortes por covid

Paciente com Covid-19 em UTI de hospital municipal no Rio de Janeiro afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 09. março 2021 - 23:32
(AFP)

O Brasil bateu nesta terça-feira (9) o recorde de mortos por covid-19 em 24 horas, com 1.972 óbitos reportados oficialmente, sem dar sinais de desaceleração da pandemia, com hospitais lotados e a vacinação avançando lentamente.

Desde o começo da pandemia, há um ano, o Brasil totaliza 268.370 mortos, balanço superado apenas pelos Estados Unidos.

O Ministério da Saúde deu conta de 70.764 novos casos, somando 11,1 milhões. O recorde anterior de óbitos datava de 3 de março, com 1.910 falecimentos.

Nos últimos sete dias, a média foi de 1.573 mortes em 24 horas, em aumento constante há duas semanas.

O país, de 212 milhões de habitantes, vive uma situação dramática. Segundo boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta terça-feira, 25 das 27 capitais estão com mais de 80% de seus leitos de UTI ocupados.

"Diante da situação extremamente crítica das taxas de ocupação dos leitos de covid-19, os pesquisadores reforçam a necessidade de ampliar e fortalecer as medidas não farmacológicas envolvendo o distanciamento físico e social, uso de máscara e higienização das mãos", recomendou a Fiocruz.

Esses conselhos são difíceis de generalizar, em um país onde o próprio presidente desdenha do uso de máscaras e se opõe ao isolamento social que alguns estados tentam impor, devido ao seus impactos econômicos.

"A luta contra a Covid-19 no Brasil foi perdida em 2020 e não há a menor chance de revertermos esse cenário trágico no primeiro semestre de 2021", afirmou à AFP Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz/Amazônia.

"O máximo que podemos fazer é esperar por um milagre na vacinação em massa ou uma mudança radical na condução da epidemia no país. O Brasil é, hoje, uma ameaça à humanidade e um laboratório a céu aberto, onde a impunidade na gestão da pandemia parece ser a regra", acrescentou.

Na semana passada, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu ao país que adote "medidas agressivas" contra a pandemia.

"Se o Brasil não levá-la a sério, afetará todos os vizinhos e mais além, portanto isto não se trata apenas do Brasil, acho que se refere a toda a América Latina", destacou.

Enquanto isso, a vacinação avança lentamente.

O Brasil aplicou a primeira dose a 8,6 milhões de pessoas (4,1% da população), enquanto 2,9 milhões receberam a segunda.

As vacinas usadas são a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, e a da sueco-britânica da Astrazeneca/Oxford.

O Ministério da Saúde diz estar negociando com outros laboratórios e teria admitido que "a campanha nacional de imunização corre o risco de ser interrompida por falta de doses", segundo carta divulgada nesta terça-feira pelo portal de notícias G1.

Na missiva, a pasta pede à embaixada da China para ajudar a negociar com o laboratório Sinopharm a compra de 30 milhões de doses de sua vacina anticovid.

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