Navigation

Suprema Corte argentina confirma julgamento contra Cristina Kirchner

Ex-presidente e atual senadora Cristina Fernández Kirchner na apresentação de seu livro, em Buenos Aires, em 9 de maio de 2019 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 16. maio 2019 - 20:41 minutos
(AFP)

A Suprema Corte da Argentina confirmou que o primeiro julgamento oral contra a ex-presidente Cristina Kirchner por suposta corrupção durante seu governo (2007-2015) permanece, apesar de seu pedido para revisar o expediente que colocou em dúvida o início do processo.

Em comunicado divulgado na quinta-feira (16), o mais alto tribunal esclareceu: "O pedido de autos solicitado por esta Corte não suspende o processo oral em trâmite".

Em coletiva de imprensa na quinta-feira, o ministro da Justiça, Germán Garavano considerou que "é bom que a Corte tenha esclarecido a questão", defendeu a independência de poderes e rejeitou que o Poder Executivo tenha pressionado a justiça para que o julgamento comece na terça-feira.

"Não havia nenhum operador judicial", disse Garavano, que também se referiu aos protestos em alguns bairros de Buenos Aires na noite de quarta-feira, contra o possível adiamento do julgamento oral. "Houve panelaços porque as pessoas são muito sensíveis à manipulação desses expedientes", disse.

Apesar do comunicado, a alta corte não foi explícita sobre se o processo começará na próxima terça-feira, como previsto. Para que isso aconteça, o expediente deve retornar antes desse dia ao Tribunal Federal Oral 2.

"A medida é para o único propósito de examinar o caso e uma vez que as cópias relevantes tenham sido extraídas e certificadas, elas serão devolvidas ao tribunal em tempo hábil", informou o tribunal, sem especificar as datas.

No entanto, o presidente do TOF 2, Jorge Gorini, informou à Rádio La Red que "o julgamento tem uma data de início para terça-feira, 21 de maio e até agora não há mudanças, está mantido".

A acusação está relacionada à adjudicação de obras públicas na província de Santa Cruz (Patagônia, sul) a Lázaro Báez, empresário próximo à família Kirchner, e outras supostas irregularidades, como a de que as obras não foram executadas em tempo hábil, embora tenham sido pagas pelos cofres públicos.

No total, foram questionadas 51 obras, mas o tribunal decidiu que somente cinco seriam auditadas.

Nisso estão baseadas as queixas da defesa de Kirchner, como explica o advogado do ex-presidente, Carlos Beraldi, ao canal TN.

"A Corte quer saber se o que propomos no recurso de queixa, acerca de que não nos estão permitido levar a julgamento todas as provas, é verdade", afirmou o advogado.

Caso seja iniciado, o julgamento coincidirá com a campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 27 de outubro em que a ex-presidente tem vantagem sobre presidente Mauricio Macri na intenção de votos, apesar de ainda não ter lançado formalmente sua candidatura.

Partilhar este artigo

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?