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Supremo da Venezuela abre processo contra outros três deputados opositores

O primeiro-vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Édgar Zambrano, conversa com o autoproclamado presidente venezuelano, Juan Guaido (D), durante sessão do Parlamento em Caracas, em 6 de março de 2019. afp_tickers

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela elevou para dez o número de deputados opositores processados por apoiar a tentativa de revolta popular da semana passada, ao incluir nesta quarta-feira outros três legisladores.

Os parlamentares Freddy Superlano, Sergio Vergara e Juan Andrés Mejía foram incluídos no grupo de legisladores acusados de traição à pátria, conspiração e rebelião civil, informou o TSJ.

O Supremo já havia acusado pelos mesmos crimes outros sete deputados opositores pela tentativa de revolta militar de 30 de junho, liderada pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países.

O TSJ comunicou a decisão sobre os três congressistas à Assembleia Constituinte, controlada pelo chavismo, para que retire sua imunidade parlamentar, como já fez com os outros sete parlamentares.

Além de Freddy Superlano, Sergio Vergara e Juan Andrés Mejía, o TSJ acusa de traição à pátria os deputados Edgar Zambrano, Luis Florido, Henry Ramos Allup, Richard Blanco, Marianela Magallanes, Simón Calzadilla e Amerigo De Grazia.

Nesta quarta-feira, Guaidó denunciou que Zambrano, vice-presidente do Parlamento, foi detido por agentes de inteligência em Caracas.

“Alertamos ao povo da Venezuela e à comunidade internacional: o regime sequestrou o primeiro-vice-presidente” da Assembleia Nacional (…) para “tentar desintegrar o poder que representa todos os venezuelanos, mas não vão conseguir”.

Vários deputados apoiaram o princípio de revolta, deflagrada diante da base aérea de La Carlota, em Caracas.

Os confrontos ocorridos devido à tentativa de revolta deixaram seis mortos e mais de 200 detidos, segundo o procurador-geral, Tarek William Saab.

Os sete parlamentares que já perderam sua imunidade começaram a se resguardar para evitar sua detenção, enquanto o líder opositor, Juan Guaidó, advertiu que não se deixará intimidar.

A deputada Mariela Magallanes se refugiou na residência do embaixador da Itália em Caracas, enquanto seus colegas se afastavam de atividades públicas.

Magallanes receberá “a proteção e a hospitalidade de acordo com as convenções diplomáticas”, assinalou o chanceler italiano, Enzo Moavero Milanesi, em um comunicado que condenou as medidas do Supremo.

“O medo não vai nos deter”, afirmou Guaidó nesta quarta-feira em entrevista à AFPTV em La Guaira (30 km ao norte de Caracas).

“É a única estratégia que resta a um regime sem respostas ao povo (…). Só lhes resta gerar o medo”.

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