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Três astronautas da ISS retornam à Terra após missão turbulenta

A astronauta americana Serena Auñón-Chancellor (E), o russo Serguei Prokopiev e o alemão Alexander Gerst antes do lançamento rumo à ISS em 6 de junho de 2018 no cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão afp_tickers

Três astronautas retornaram nesta quinta-feira à Terra após um período turbulento na Estação Espacial Internacional (ISS), marcado por um vazamento de oxigênio e pelo fracasso do lançamento de um foguete que deveria transportar uma nova tripulação.

“Os tripulantes da nave Soyuz MS-09 retornaram sem incidentes à Terra depois de 197 dias no espaço”, anunciou no Twitter a agência espacial russa, Roscosmos.

A nave que transportava o alemão Alexander Gerst (Agência Espacial Europeia, ESA), a americana Serena Auñón-Chancellor (Nasa) e o russo Serguei Prokopiev (Roscosmos) pousou um pouco antes do previsto, às 8H02 de Moscou (3H02 de Brasília).

“A tripulação está bem após seu retorno à Terra”, destacou a Roscosmos.

A Nasa anunciou que os helicópteros de busca e recuperação estavam no local do pouso, no Cazaquistão, para retirar os tripulantes.

Quando os astronautas decolaram, em junho, o trio era uma das equipes com menos experiência a viajar à Estação Espacial Internacional: Alexander Gerst era o único que havia participado em uma missão, em 2014.

O primeiro incidente importante aconteceu em 30 de agosto, quando foi detectado um vazamento de oxigênio devido a um minúsculo buraco na Soyuz, que estava acoplada à ISS.

O problema foi reparado com sucesso, mas a Rússia abriu uma investigação depois que Dmitri Rogozin, diretor da Roscosmos, mencionou a hipótese de sabotagem e de um possível “ato premeditado” na Terra ou no espaço.

Rogozin afirmou depois que os investigadores descartaram a possibilidade de falha de fabricação.

Na semana passada, Serguei Prokopiev e o também cosmonauta russo Oleg Kononenko fizeram uma saída ao espaço para inspecionar o local do buraco, que provocou uma leve despressurização da estação orbital em agosto, assim como para obter mostras dos resíduos encontrados e imagens da área.

O buraco estava em uma parte da nave que seria desacoplada e entraria em combustão na atmosfera durante o retorno, o que provocou a necessidade de coletar as provas no espaço.

Os tripulantes retornaram à Terra com as evidências.

O retorno de Sergueï Prokopiev, Serena Auñón-Chancellor e Alexander Gerst estava previsto para 13 de dezembro, mas teve que ser adiado após o fracasso no lançamento de um foguete Soyuz em 11 de outubro e o agitado regresso à Terra de seus dois tripulantes, o americano Nick Hague e o russo Alexei Ovchinin.

Este foi o primeiro lançamento abortado da era pós-soviética.

No dia 3 de dezembro, um novo lançamento aconteceu e permitiu a chegada à ISS do russo Oleg Kononenko, da americana Anne McClain e do canadense David Saint-Jacques.

A Estação Espacial Internacional, um incomum exemplo de cooperação entre Rússia e Estados Unidos em um contexto de tensões sem precedentes desde a Guerra Fria, está em órbita desde 1998, a uma velocidade de 28.000 km/h.

O projeto tem a participação de 16 países, mas seu custo total de 100 bilhões de dólares é pago fundamentalmente por Estados Unidos e Rússia.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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