Trabalhadores rurais retomam protestos e bloqueiam grande rodovia no Peru
Trabalhadores rurais bloquearam novamente nesta segunda-feira (21) parte da Rodovia Pan-americana no Peru e romperam uma frágil trégua de duas semanas, em protesto contra a demora do Congresso em aprovar uma nova lei agrícola que permita o aumento de sua renda.
Os bloqueios, com pedras e pneus, são registrados desde as primeiras horas do dia em um trecho da estrada na região norte de La Libertad e também na região sul de Ica, segundo imagens veiculadas pelo canal de televisão N.
Os atos recomeçaram depois que o Congresso não aprovou no domingo a lei exigida pelos trabalhadores agrários desde o início de dezembro. Eles pedem que seus salários nas empresas agroexportadoras aumentem de 11 para 18 dólares por dia.
"É a única maneira de fazê-los nos ouvir, nos sentir", disse à imprensa Julio Carbajal, presidente da Frente dos Trabalhadores de Ica.
A Ouvidoria pediu aos manifestantes que não recorram à violência e desbloqueiem a via, pois a medida prejudica o direito de ir e vir da população alheia ao conflito trabalhista.
Dezenas de veículos ficaram presos como resultado dos protestos em La Libertad - 530 km ao norte de Lima - e em Ica - 300 km ao sul de Lima.
"Rechaçamos atos de violência na Rodovia Pan-americana (Ica e La Libertad). O bloqueio de via afeta os direitos de milhares de pessoas", afirmou a Defensoria Pública, instituição que zela pelos direitos da população, em sua conta no Twitter.
Os manifestantes disseram à mídia local que manterão a estrada bloqueada, com barricadas e piquetes, até que o Congresso promulgue a lei sobre o novo regime de trabalho nas empresas agrícolas.
Os legisladores pretende reiniciar o debate na terça-feira. Eles já haviam revogado em 4 de dezembro uma lei agrária considerada prejudicial pelos trabalhadores e prometeram uma nova, abrindo caminho para uma trégua.
O bloqueio desta importante rota causou a suspensão do transporte interprovincial de passageiros em Lima.
A greve dos trabalhadores rurais, que estourou no início de dezembro, é a primeira disputa trabalhista sob o novo governo de Francisco Sagasti, que assumiu o poder há cinco semanas, em 17 de novembro.