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Venezuela: 15% dos presos por motivos políticos denunciam maus-tratos

(Arquivo) Manifestantes seguram cartazes durante protesto para exigir a liberdade de presos políticos, em Caracas, em 15 de novembro de 2018 afp_tickers

Quinze por cento dos presos por motivos políticos na Venezuela denunciam terem sofrido torturas e maus-tratos – informou a ONG Fórum Penal em um relatório conjunto com a Human Rights Watch (HRW), que desde 2014 contabilizou 380 casos de tratamento cruel, desumano, ou degradante, contra opositores.

“O Fórum Criminal indicou que pelo menos 15% dos detidos por motivos políticos informaram que sofreram tortura, ou maus-tratos, o que não reflete a verdadeira magnitude do problema, porque as vítimas muitas vezes não denunciam abusos devido ao medo de sofrer represálias”, afirmou a organização.

Segundo a HRW, desde 2014 foram documentados “mais de 380 casos de tratamento cruel, desumano, ou degradante, contra opositores do governo, ou pessoas que as autoridades percebem como tal, incluindo pelo menos 31 casos de tortura na Venezuela”.

“O governo venezuelano atacou brutalmente soldados acusados de conspiração”, declarou o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco.

Ele denunciou que não apenas soldados são detidos, mas, “em alguns casos, também seus parentes, ou outros civis, são perseguidos quando não conseguem encontrar os alegados autores de crimes procurados”.

Mais de 12.800 pessoas foram detidas desde 2014 no contexto de manifestações contra o governo, segundo o Fórum Criminal.

Esses números incluem manifestantes, transeuntes e pessoas que foram tiradas de suas casas sem um mandado judicial.

Em setembro, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru enviaram uma carta ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para que investigasse supostos crimes contra a humanidade cometidos, segundo eles, pelo governo de Nicolás Maduro na Venezuela.

Maduro assume um segundo mandato nesta quinta-feira (10), após eleições não reconhecidas por vários países da América Latina, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Com exceção do México, o Grupo Lima pediu a Maduro na sexta-feira passada que não assuma seu segundo mandato e transfira poder para o Parlamento, o que Caracas considerou um incitamento ao golpe de Estado.

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