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Venezuela: poder eleitoral propõe 30 de julho para eleição da Constituinte

Ativista da oposição em um protesto em Caracas, em 3 de junho de 2017 afp_tickers

A eleição da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, será realizada no próximo 30 de julho, segundo um projeto de cronograma que será submetido à aprovação do poder eleitoral, informou neste domingo o organismo.

“Em 30 de julho serão as eleições nacionais, gerais, diretas, secretas e universais, para a Assembleia Nacional Constituinte. Chamo todo o povo a se preparar”, disse Maduro neste domingo em seu programa televisivo semanal.

Maduro anunciou que vai propor na segunda-feira ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que se introduza nas bases eleitorais do processo a exigência de submeter a nova Constituição a referendo.

“Ontem chegamos a uma única data cuja aprovação vamos propor ao CNE. Em 30 de julho haverá eleição para a Assembleia Nacional Constituinte”, anunciou mais cedo a presidente da entidade, Tibisay Lucena, à imprensa.

Lucena é titular da Junta Nacional Eleitoral, órgão do CNE que se encarrega de elaborar o cronograma da Constituinte que reformará a Carta Magna.

Agora os cinco reitores do poder eleitoral deverão decidir se concordam ou não com a data proposta. A oposição denuncia que quatro deles, incluindo Lucena, servem aos interesses do governo.

A votação prevê a eleição de membros da assembleia no âmbito territorial – por municípios – e por setores sociais.

Lucena esclareceu que ambas as votações serão realizadas no mesmo dia.

Ela afirmou estar surpresa com a quantidade de candidatos inscritos – 19.876 por municípios e 35.438 por setores sociais como trabalhadores, pensionistas e estudantes.

No total, se candidataram 55.314 pessoas que deverão apresentar os requisitos ante o CNE entre 6 e 10 de junho, incluindo as assinaturas de 3% dos eleitores dos seus municípios, para o âmbito territorial, ou entre 500 e 1.000 assinaturas dos setores sociais.

A Constituinte terá 545 membros.

A oposição não participará da Constituinte, que considera “fraudulenta”, pois denuncia que seu sistema eleitoral beneficia amplamente o chavismo, que – assegura – poderá obter mais delegados inclusive se receber menos votos.

Maduro convocou a Constituinte em meio a uma onda de protestos contra ele que exigem eleições gerais para antecipar sua saída do poder.

Desde 1 de abril, as manifestações, que também rejeitam modificar a Constituição, deixaram 65 mortos e mais de mil feridos.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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