
Amargura, a ‘mais profunda inspiração’ do Prêmio Nobel de literatura László Krasznahorkai

O escritor húngaro László Krasznahorkai, Nobel de Literatura de 2025, inspira-se na amargura, disse ele nesta quinta-feira (9) após o anúncio do prêmio.
Questionado sobre sua maior fonte de inspiração, o premiado, contactado pela Fundação Nobel, respondeu: “a amargura”.
Descrito como “mestre do apocalipse” por sua obra distópica e melancólica, Krasznahorkai declarou-se “muito, muito triste” com o “estado atual do mundo”, que descreve como um período “muito sombrio”.
“Sem imaginação, a vida seria completamente diferente. Ler livros nos dá mais força para sobreviver a estes momentos muito difíceis que o planeta está atravessando”, acrescentou.
Nascido em 5 de janeiro de 1954 em Gyula, no sudeste da Hungria, László Krasznahorkai é especialmente lido na Alemanha, onde viveu por anos, e na Hungria, onde é considerado por muitos como um dos autores vivos mais importantes do país.
Ele divide sua vida entre Viena, Trieste e Budapeste.
Quando o prêmio foi anunciado, ele estava no apartamento de um amigo doente, em Frankfurt.
“Eu não esperava nada disso”, disse o escritor, que cita um de seus autores preferidos, Samuel Beckett, que exclamou “que catástrofe!” quando foi premiado com o Nobel em 1969.
“Estou muito feliz e muito orgulhoso, pois pertencer a essa linhagem que conta com tantos escritores e poetas excepcionais me dá força para usar minha língua, minha língua materna, o húngaro”, acrescentou.
Como ele vai celebrar? Jantando com seus amigos “aqui em Frankfurt”, com vinho do Porto e champanhe, respondeu.
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