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Anvisa recebe primeiros pedidos de vacinas contra a covid-19

(ARQUIVOS) Nestafoto tirada em 03 de dezembro de 2020, o governador de São Paulo João Doria mostra aos meios de comunicação uma embalagem da vacina CoronaVac afp_tickers

A vacina chinesa Coronavac e a de Oxford/AstraZeneca fizeram, nesta sexta-feira (8), os primeiros pedidos de autorização para seu uso emergencial no Brasil, onde a pandemia do coronavírus já deixou mais de 200 mil mortos.

As solicitações foram apresentadas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deve dar uma resposta em dez dias, “descontando eventual tempo que o processo possa ficar pendente de informações, a serem apresentadas pelo laboratório”, informou a entidade em nota.

As duas vacinas foram submetidas a ensaios clínicos no Brasil, com parceiros locais, que tramitaram os pedidos de autorização: o Instituto Butantan no caso da Coronavac e a Fundação Fiocruz no caso do imunizante desenvolvido pelo laboratório britânico AstraZeneca com a Universidade de Oxford.

O Instituto Butantan, do estado de São Paulo, informou na quinta-feira que a eficácia da Coronavac durante a fase de testes no país foi de 78% nos casos leves e de 100% na prevenção dos casos moderados e graves.

A AstraZeneca disse em dezembro que sua vacina tem uma eficácia de 70%, mas que poderia alcançar 100% com duas doses.

Supõe-se que o uso emergencial deve ser limitado a parcelas específicas da população, como profissionais da saúde e idosos em maior risco.

O governo brasileiro não estabeleceu uma data de início da vacinação. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse na quinta-feira que “na melhor das hipóteses”, poderia começar antes de 20 de janeiro, embora possa ser adiada para meados de fevereiro ou início de março.

As vacinas CoronaVac e da AstraZeneca se viram envolvidas em uma batalha política entre o governador de São Paulo, João Doria, que promove a primeira, e o presidente Jair Bolsonaro, que apoia a segunda. Os dois políticos podem se enfrentar nas próximas eleições presidenciais, em 2022.

A Fiocruz prevê a importação de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, produzida pelo Instituto Serum, na Índia, o maior fabricante mundial de imunizantes por volume.

Nesta sexta-feira, Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, na qual pede, “com a possível urgência”, o envio de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca ao Brasil, “sem prejudicar o programa indiano de vacinações”, informou a presidência em comunicado.

A entrega antecipada possibilitará a “imediata implementação do Programa Nacional de Imunização”, continuou Bolsonaro.

Por outro lado, o laboratório chinês Sinovac já enviou 10,7 milhões de doses para São Paulo e suprimentos para a produção local de mais 40 milhões.

O Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira que assinou um contrato com o Butantan para comprar 100 milhões de doses para incorporá-las ao Plano Nacional de Imunização contra a covid-19.

O Brasil, com quase 8 milhões de infecções, contratou a aquisição e transferência de tecnologia de fabricantes para um total de 254 milhões de doses dessa vacina.

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