
Autoridades sírias e curdos alcançam cessar-fogo após confrontos em Aleppo

Damasco anunciou, nesta terça-feira (7), um cessar-fogo “global” com os curdos em toda a Síria, um dia depois de confrontos em Aleppo que deixaram dois mortos.
Desde que uma coalizão islamista tomou o poder na Síria em dezembro de 2024, as tensões aumentaram entre o governo do país e a administração semiautônoma curda no norte e nordeste sírios.
O anúncio do cessar-fogo chega após uma reunião entre o presidente interino sírio, Ahmad al Chareh, e o líder curdo Mazlom Abdi em Damasco, com a presença de enviados americanos, informou uma fonte governamental à AFP.
Durante o encontro, foi acordado um “cessar-fogo global”, declarou o ministro sírio da Defesa, Murhaf Abu Qasra.
Na noite de segunda-feira, foram registrados confrontos em Aleppo (norte) entre dois bairros de maioria curda e áreas controladas pelas forças governamentais.
Pelo menos duas pessoas – um membro das forças de segurança sírias e um civil – morreram em bombardeios atribuídos às forças curdas, segundo a imprensa estatal.
Desde a queda do ex-presidente Bashar al-Assad em dezembro, Aleppo está sob controle das novas autoridades islamistas da Síria. No entanto, os bairros de Sheikh Maqsoud e Ashrafieh permanecem ligados às Forças Democráticas da Síria (FDS), o exército da administração curda.
Em março, Damasco e os curdos assinaram um acordo para integrar as instituições civis e militares da administração autônoma curda às instituições nacionais.
Mas discordâncias significativas entre as partes atrasaram a implementação desse pacto.
Nesta terça-feira, Abdi abordou em Damasco, com o presidente interino, “os mecanismos de integração das FDS no exército sírio”, segundo uma fonte próxima aos participantes.
O comandante militar americano para o Oriente Médio (Centcom), o almirante Brad Cooper, e o enviado americano Tom Barrack participaram da reunião como mediadores, de acordo com a fonte.
As poderosas FDS, que controlam vastas zonas do nordeste sírio, têm sido proeminentes na luta contra o grupo Estado Islâmico na Síria e contam com o apoio dos Estados Unidos, que também respaldam o novo poder islamista em Damasco.
Os curdos reivindicam especialmente um sistema de governança descentralizado, o que é rejeitado pelo novo dirigente islamista.
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