Brasil sedia a RoboCopa, a Copa do Mundo dos robôs
Depois da Copa do Mundo, é a vez de outros jogadores entrarem em campo no Brasil. Desta vez, os competidores estão longe de ter a mesma habilidade dos craques humanos. Trata-se do Mundial de futebol dos robôs, disputado entre 21 e 24 de julho.
É bem verdade que quando robôs jogam futebol, mais parecem um grupo de crianças de cinco anos correndo atrás da bola, chutando sem muita precisão e caindo demais, mas isso não os impede de competir.
Embora ainda sejam trôpegos, os times de robôs avançaram muito nos últimos anos, e alguns cientistas acreditam que, em uma década ou duas, serão capazes de desafiar os melhores jogadores do mundo.
“Talvez em 20 anos possamos desenvolver uma equipe de robôs capaz de jogar contra as melhores equipes do Mundial”, disse Daniel Lee, encarregado do laboratório de robótica da Universidade da Pensilvânia (nordeste dos EUA), que disputará em João Pessoa, capital paraibana, sua quarta RoboCopa (RoboCup, em inglês), o principal torneio de futebol robótico.
O futebol robótico, explica Lee, é mais do que diversão e jogo. Envolve inteligência artificial e complexos algoritmos que ajudam a ter uma compreensão melhor da visão, da cognição e da mobilidade humana.
Uma tecnologia similar pode ser usada para robôs que desempenham tarefas do lar, ou realizam missões de busca e resgate, ou para carros que se dirigem sozinhos, disse Lee.
– Muito a aprender –
Lee afirmou que os robôs melhoraram muito em uma década, passando de máquinas de quatro patas, como os cães, a humanoides bípedes.
Ainda há, porém, muito a aprender antes que um robô jogador possa competir com um ser humano. Os robôs ainda se movimentavam de forma pouco firme, às vezes não conseguiam localizar a bola e, com frequência, acabavam colidindo ou caindo.
“Temos máquinas que podem nos vencer no xadrez (…), mas (os humanos) ainda podem passar por cima deles no futebol”, afirma sorridente.
Como os robôs são autônomos, precisam conseguir executar todo tipo de tarefa que os humanos fazem sem problemas: encontrar a bola, adaptar-se a diferentes condições de luz e terreno e definir a melhor estratégia.
“Nossos robôs calculam tudo em termos de probabilidades”, explica, o que significa que um humano pode ser mais inteligente do que uma máquina.
“Em criatividade, os humanos têm vantagem”, acrescenta.
– Da engenharia à anatomia –
A equipe The Penn Student levou para casa a RoboCopa de 2013, realizada na Holanda, depois de ter vencido as edições na Cidade do México, em 2012, e em Istambul, em 2011.
Lee diz que as pesquisas se alimentam de uma variedade de disciplinas, que vão da Engenharia à Anatomia.
O maior desafio é desenvolver o tipo de habilidade e de inteligência que os atletas têm.
“O que é mais difícil é compreender a intenção da outra equipe”, comenta Lee.
Além de continuar desenvolvendo tecnologia para um robô individual, os cientistas também precisam encontrar formas melhores de comunicação entre as máquinas para que coordenem estratégias.
Lee ressalta que tudo isso requer “um profundo conhecimento da inteligência”, algo do qual ainda “estamos muito longe”, completa o pesquisador.