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Campanha para as Olimpíadas de 2016 vai continuar

O estande de Chicago, explicando detalhes aos membros da Comissão Executiva do COI. Keystone

A campanha das quatro cidades candidatas a sediar os Jogos Olímpicos de 2016 não terminou e vai mesmo se intensificar.

Depois de uma maratona de apresentações em Lausanne (oeste) das quatro cidades candidatas frente à Comissão Executiva do COI – o colégio eleitoral de 107 membros – a campanha de caça aos votos continua. Novas apresentações irão ocorrer em outubro, na Dinamarca.

Obter a organização dos Jogos Olímpicos, no caso os de 2016, não é tarefa para amadores. Depois das apresentações das quatro cidades na quarta-feira (18) e das sabatinas de 45 minutos por parte dos 93 membros presentes da Comissão Executiva, a manhã de quinta-feira foi novamente intensa para as delegações das cidades e para os eleitores do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A prova da quarta-feira já fora estafante. Madri foi a última a se apresentar e, ao final, foi aplaudida. Um membro da delegação espanhola disse à swissinfo que desconfiava que os aplausos era porque o dia havia acabado para os membros da Comissão Executiva do COI.

Queriam saber detalhes

Na manhã de quinta-feira (19) os trabalhos foram retomados, de maneira mais descontraída. Num grande hotel de Lausanne, as quatro cidades candidatas prepararam exposições em multimídia para responder em detalhes às perguntas dos membros da Comissão Executiva. A imprensa não teve acesso.

“As perguntas foram muito diversificadas, segundo os interesses de cada um”, explicou à swissinfo.ch Carlos Roberto Osório, secretário-geral do comitê organizador Rio 2016.

“Presidentes de federações esportivas queriam saber tudo sobre as instalações previstas para sua modalidade. Um atleta queria saber como serão os alojamentos e assim por diante. Houve um grande interesse pelo nosso projeto”, precisou Osório, quando a imprensa finalmente teve acesso às salas de exposições. Nessa altura, os membros da Comissão Executiva já estavam atarefados em voltar para casa, em seus respectivos países, e os motoristas se agitavam a caminho do aeroporto.

Questionado por swissinfo.ch como anda a caça (termo do repórter) aos votos para a candidatura do Rio, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e membro da Comissão Exetiva do COI, Carlos Arthur Nuzman, respondeu que “esse trabalho já começou há mais de um ano e vai continuar.”

Eleição particular

Veterano de outras eleições, uma vez que esta é a terceira candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos, Nuzman explica que “a eleição no COI é particular porque os 107 eleitores estão espalhados pelo mundo inteiro.” Muitos se encontram nas reuniões do COI ou outras, mas outros é preciso visitá-los.

Contudo, Nuzman afirma que esta candidatura é muito diferente das outras: “não tínhamos as garantias financeiras que temos, não tínhamos a infraestrutura que construímos para os Panamericanos e construiremos para a Copa do Mundo, sem contar que a América do Sul nunca recebeu as Olimpíadas e os países das cidades concorrentes já tiveram.”

Nova apresentação

Carlos Roberto Osório, acha que os dois dias de apresentações em Lausanne deram aos membros do COI uma idéia bastante clara para começarem a definir seus votos. Reconhece, no entanto, que ainda há muito trabalho pela frente. “Vamos continuar nosso trabalho de divulgação e preparar a grande apresentação no dia da eleição, em Copenhague”.

Já se sabe que o presidente Lula estará presente em Copenhagem dia 2 de outubro. Osório diz que a delegação terá ainda a presença de outras personalidades que não estavam em Lausanne, sem revelar nomes. As outras três delegações certamente farão o mesmo e até o presidente Barack Obama poderá comparecer para apoiar Chicago.

Nuzmann confirma que esse esforço é necessário, pois muitos membros do COI definem seus votos só na reta final.

Claudinê Gonçalves, swissinfo.ch

Os membros do COI são eleitos individualmente e não por países. São presidentes de federações esportivas, de comitês olímpicos nacionais ou ex-atletas de renome.

Atualmente são 107. Suíça e Itália têm o maior número de membros: cinco.

Entre as quatro cidades candidatas às Olimpíadas de 2014, o Brasil tem dois votos (Carlos Nuzman e João Havelange), os Etados Unidos têm dois, o Japão tem dois e a Espanha 1.

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