Energia nuclear suíça depende demais do urânio russo
A empresa nuclear estatal russa Rosatom ajuda a abastecer duas usinas nucleares na Suíça. Essa ligação comercial está agora sendo questionada, já que o mundo ocidental pressiona financeiramente a Rússia a parar sua agressão contra a Ucrânia.
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Use of Russian uranium for Swiss nuclear power under scrutiny
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A empresa suíça de eletricidade Axpo compra combustível da Rosatom para operar as usinas nucleares de Beznau e Leibstadt, no cantão da Argóvia.
Em uma declaração publicada na quinta-feira, o Greenpeace exortou as autoridades de sete cantões suíços – que possuem a Axpo – a parar de comprar urânio da Rosatom.
Esta relação comercial, argumentou a ONG, ajuda a financiar o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia. A empresa concorrente Alpiq, que administra a usina nuclear de Gösgen, parou de adquirir urânio da Rússia em 2016.
Honrar os contratos atuais
“Se você tem um fornecedor comprovado que fornece a qualidade que você precisa – por razões de segurança e qualidade – então você não muda tão facilmente”, disse Willibald Kohlpaintner, chefe da divisão de energia nuclear da Axpo e membro do conselho de administração, à televisão pública suíça SRF.
A Axpo planeja honrar seus contratos atuais com a Rosatom, acrescentou Kohlpaintner, mas não assinará novos contratos. Atualmente, a Axpo obtém três quartos de seu combustível total da Rosatom.
Os dois reatores de Beznau dependem totalmente do combustível russo. Em Leibstadt, que também é operado pela Axpo, metade do urânio enriquecido é obtido na Rússia.
No entanto, Kohlpainter disse que a Axpo estava atualmente “examinando intensivamente como [ela] pode reduzir a dependência do combustível russo”. A empresa também tem um estoque de urânio natural e urânio ligeiramente enriquecido na Europa Ocidental para emergências.
Dos quatro reatores nucleares da Suíça, apenas a central de Gösgen, operada pela empresa Alpiq, não compra urânio russo. A Alpiq disse que esta decisão foi tomada em 2016 devido a considerações sobre compatibilidade ambiental e transparência da cadeia de fornecimento.
Desde então, a empresa vem adquirindo urânio do Canadá e da Austrália, antes de enriquecer na Europa Ocidental.
Em geral, 50% do combustível da Suíça para energia nuclear vem atualmente da Rússia, observa a SRF.
Ao pagar pelo urânio russo a Suíça também poderia estar ajudando indiretamente a financiar o aparato militar russo. A SRF aponta que a Rosatom é a fabricante das ogivas da Rússia e agora controla a operação de várias usinas nucleares ucranianas, como a de Zaporizhzhya, apreendida após os combates de 4 de março.
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