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UBS e CS doam a Romney e não se esquecem de Obama

As primárias republicanas apenas começam, mas para os doadores está claro que Mitt Romney será o candidato oficial. Keystone

Como no passado, as filiais dos dois bancos suíços nos Estados Unidos têm um papel importante no financiamentos dos candidatos às presidenciais americanas.

Até agora, os bandos doam sobretudo ao candidato republicano Mitt Romney, embora não se esquecerão de Barack Obama.

UBS e Credit Suisse fazem parte das 20 empresas que mais financiam a campanha do republicano Mitt Romney, fundador de uma empresa de invetimento e ex-governador de Massachusetts.

É o que indica o Centro para Políticos Responsáveis, organização não governamental especializada em verificar os documentos financeiros fornecidos todo mês pelos candidatos à Comissão Eleitoral Federal. Como impõe a lei americana, as doações não são feitas diretamente pelas empresas, mas pelos seus funcionários individualmente.

Entre 2 de junho, data em que Mitt Romney declarou sua candidatura à sucessão do presidente Barack Obama – se for o escolhido nas primárias do Partido Republicano – até o final de dezembro, o Credit Suisse doou, através de seus funcionários, 203 mil dólares à campanha. O segundo maior banco suíço está em segundo lugar entre os doadores de Romney, atrás do banco americano Goldman Sachs.

Durante o mesmo período, o UBS doou mais de 73 mil dólares à campanha de Mitt Romney. Está em 16° lugar entre os benfeitores, perto de Bain Capital, a empresa fundada pelo candidato à Casa Branca, e à frente do banco americano Wells Fardo e Bain &Company, empresa em que Mitt Romney começou sua carreira.

Entre os mais generosos

Os dois grandes bancos suíços são as duas compahias estrangeiras entre os mais generosos doadores de Mitt Romney, juntamente com duas britânicas: o banco Barclays e a agência de auditoria PricewaterhouseCoopers.

“Mitt Romney é considerado como muito próximo dos interesses empresarias, ele próprio vem do setor financeiro e é esse setor que faz mais doações à sua campanha eleitoral”, explica à swissinfo.ch Viveca Novak, porta-voz do Centro para Políticos Responsáveis.

“Além disso, Romney defende uma política econômica muito mais liberal do que Obama me matéria de regulação, enquanto o presidente atual e seus amigos democratas no Congresso tentaram adotar medidas para evitar uma nova crise financeira e que obtiveram um certa regulação dos bancos”, acrescenta Viveca Novak.

Mitt Romney também é visto por 65% dos americanos como o candidato que tem mais chances de obter a candidatura pelo Partido Republicano.

Obama não é esquecido

No entanto, Barack Obama não será esquecido pelo setor financeiro que o havia amplamente apoiado na primeira campanha presidencial. Em 2008, UBS e Credit Suisse estiveram entre os 20 maiores doadores.

Obama lançou a campanha mais cedo que jamais quando anunciou em abril 2011 que seria candidato ao segundo mandato. O presidente, contudo, não precisa passar a prova das primárias este ano, pois não tem rival no Partido Democrata.

“Para mim não seria uma surpresa ver os bancos darem dinheiro a Barack Obama, assim que Mitt Romeney ou um outro candidato demonstrar que será o candidato republicano”, afirma a porta-voz do Centro por Políticos Responsáveis. Ela sublinha que “a coleta de fundos de Obama já vai muito bem, com mais de 80 milhões de dólares até agora”, ou seja, o dobro do que Mitt Romney recebeu.

Um setor engajado

Viveca Novak explica que, historicamente, o setor  bancário e financeiro sempre foi um dos mais engajados nas campanhas eleitorais nos Estados Unidos. “Os bancos sempre tiveram um interesse importante em apoiar candidatos à Casa Branca, para serem ouvidos e garantir que a mensagem passe e ter acesso ao presidente e ao governo.”

swissinfo.ch pediu uma entrevista à filial americana do UBS, mas não obteve resposta. Victoria Harmon, diretora de comunicação da filial americana do Credit Suisse, lembra que “Credit Suisse não dá dinheiro a  

Mitt Romney, Barack Obama ou qualquer outro candidato; são os empregados do banco que doam.”

“Eu mesma dou dinheiro aos candidatos, é uma escolha minha”, prossegue. Segundo os dados do Centro por Políticos Responsáveis, Victoria Harmon, de fato, enviou 350 dólares a Barack Obama dia 27 de junho e 250 dólares dia 4 de agosto.

A maioria dos fundos que alimentam os cofres de campanha dos candidatos proveem de altos executivos desses bancos ou de pessoas próximas.

  

Robert Wolf, diretor-executivo do UBS nos Estados Unidos e parceiro de golfe do presidente, deu mais de 46 mil dólares pra a campanha de Obama e de democratas para o Congresso.   

O Credit Suisse é o segundo maior doador da campanha presidencial de Mitt Romney.

A filial americana do Credit Suisse já doou ao candidato republicano mais de 203.000 dólares.

O UBS está atualmente em 16° lugar em doações a Romney, com 73.000 dólares

  

Em 2008, UBS e Credit Suisse estiveram entre o 20 maiores doadores de Barack Obama e do republicano que foi adversário de Obama, John McCain.

Conforme a lei americana, uma empresa pode participar no financiamento de um candidato através de um “comitê de ação política” (PAC), através do qual ela pede a seus funcionários para fazer doações que são limitadas a 5.000 dólares por eleição e por candidato.

Para poder participar no financiamento de um candidato ou de um partido americano, as empresas estrangeiras devem fazê-lo através de suas filiais nos Estados Unidos.

A Corte Suprema dos Estados Unidos acaba de confirmar a interdição feita aos estrangeiros de financiar campanhas eleitorais no país no plano nacional e local.

Os nove juízes rejeitaram um recurso de dois estrangeiros que vivem nos Estados Unidos com um visto temporário de trabalho e que queriam fazer doações à campanha de certos candidatos.

Em contrapartida, as companhias estrangeiras são autorizadas a participar do financiamento das convenções dos partidos que ocorrerão no próximo verão e, como para as empresas americanas, o montante das doações é ilimitado.

Fontes: Campaign Finance Institute, Center for Responsive Politics, e ATS

Adaptação: Claudinê Gonçalves

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