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Universidades para os idosos, espaço de igualdade

Personas mayores asisten a una conferencia.
Os programas do U3 incluem palestras, oficinas, excursões, visitas a museus ou locais históricos. Seniorenuniversität Bern

Embora a expectativa de vida na Suíça seja uma das mais altas do mundo, as desigualdades persistem em relação aos idosos, em particular no que se refere à formação. As nove universidades suíças para idosos procuram resolver este e outros déficits, mas carecem de apoio.

“Presume-se que quando uma pessoa atinge a idade da aposentadoria, ela recebeu toda a formação necessária”, lamenta Pasqualina Perrig-ChielloLink externo, Presidente da Federação Suíça de Universidades para IdososLink externo (U3). No entanto, a aprendizagem é um processo necessário para toda a vida.

“A formação não é apenas uma vantagem na redução das desigualdades, mas uma necessidade para lidar com o cotidiano e melhorar a qualidade de vida”, observa. 

O surto do coronavírus em março passado, por exemplo, mostrou a importância de conhecer as novas tecnologias. Como o resto das instituições educacionais, as U3 espalharam conferências por toda a rede, “mas aqueles que não usam a Internet foram deixados mais sozinhos, mais isolados”.

Neste momento, as U3 estão analisando como organizar seus programas para o ciclo 2020- 2021 sem prejudicar um de seus pilares: o acesso para todos.

“Temos regularmente cerca de 500 alunos. Com a distância social, teremos que reduzir para 200”, diz a também diretora da SeniorenuniversitätLink externo em Berna. “Podemos gravar as palestras e transmiti-las pela internet, mas receio que os maiores de 75 anos, “os não-digitais”, não poderão assisti-las”.

Ela também se entristece com a falta deste espaço de convivência, tão apreciado por seus alunos. “A maioria vem, sim, porque o assunto é interessante, mas também por contato, por participação social”. Além do exercício mental: “eles refletem, fazem perguntas, oferecem seu feedback”. Na Internet, não é o mesmo”.

Acesso para todos

O objetivo das universidades suíças para idosos (Genebra, Lucerna, Neuchâtel, Ticino e Berna – com uma seção em francês e outra em alemão) é fornecer formação de alta qualidade acessível para todos. “Não apenas para aqueles que têm dinheiro ou para aqueles que têm formação superior”, aponta a entrevistada.

“Estimulamos os professores a falarem de uma forma que todos entendam, sem entrar em detalhes compreensíveis apenas por aqueles que têm mestrado, e incitamos as pessoas da plateia a não terem medo de fazer perguntas. Aqui todos podem participar. Não há elites”.

Os palestrantes são professores universitários ou figuras públicas e os tópicos não dizem só a respeito de questões relacionadas com os idosos, mas também com a cultura em geral e eventos atuais. “Por exemplo, para o próximo semestre, em Berna temos uma conversa prevista com o Dr. Daniel Koch [ex responsável do combate à Covid-19 na Suíça, n.d.r.]”. Cada instituição tem seu próprio programa, mas entre os nove há sinergias.

As universidades da terceira idade existem há pouco mais de quarenta anos na Suíça. A ideia era “cuidar daquele esquecido grupo de pessoas em relação à formação”, mas eles ainda não são apoiados. A consideração errônea de que aos 65 anos de idade as pessoas já aprenderam tudo o que precisam saber também se traduz na falta de subsídios para as U3, que funcionam apenas com o apoio das universidades cantonais que fazem parte e das inscrições.

Um total de 7.805 pessoas frequentam regularmente as universidades sênior na Suíça (incluindo conferências, workshops, excursões, visitas a museus ou locais históricos) mas também é possível participar como ouvinte em cada evento. No ano passado foram 21.269 ouvintes. “Entretanto, com a crise do coronavírus, não percebemos mais essa adesão”. 

Para o Professor Perrig-Chiello, a falta de reconhecimento das U3s no plano político reflete uma falta de reconhecimento abrangente e geral das pessoas mais velhas. Para começar, ele explica, este não é um grupo homogêneo sobre o qual se pode falar de forma generalista como “aqueles entre 65 e 95”.

“Durante a pandemia, as pessoas realmente em risco eram aquelas com 80 anos ou mais, mas eles os excluíram todos e a sociedade sentiu falta dos sexagenários, que são aqueles que mais contribuem para o trabalho informal”, conclui ela.

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Adaptação: Clarissa Levy

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