Patrões suíços pedem moderação social

As empresas precisam demonstrar certa "moderação social" nos "inevitáveis" processos de reestruturação. A recomendação não é de um sindicato de trabalhadores mas do Vorort, União suíça da indústria e comércio, principal organização patronal do país...

“Se a economia reinvindica, e com razão, a maior liberdade de manobra possível para facilitar os investimentos, em contapartida ela deve demonstrar moderação social quando procede às inevitáveis adaptações e reestruturações”.

O apelo não parte de um sindicato de trabalhadores mas do Vorort, União suíça da indústria e comércio, principal organização patronal do país, e refere-se às fusões e reestruturações que vem ocorrendo na Suíça, provocando desemprego e reações de sindicatos e imprensa.

Junto com o apelo, algo raro em organizações patronais, o Vorort sugere medidas de política econômica, incitando o Estado a melhorar as condições favoráveis ao crescimento e à criação de empregos. Sugere também a continuidade da política de estabalização orçamentária e a reforma da seguridade social. Em contrapartida, o Vorort critica decisão recente do Parlamento de criar um imposto ecológico.

A associação patronal tem previsões otimistas para a Economia suíça no ano que vem. Espera crescimento de 1,8 a 2 p/cento e inflação de 1,25 p/cento. Para o Vorort, há vários fatores que determinam uma conjuntura favorável.

As exportações devem continuar crescendo ao ritmo deste ano (2,8 p/cento). O crescimento nos USA, deve manter-se, embora a um ritmo inferior; a tendência na Europa é a aceleração (2/3 do comércio suíço é feito com países da União Européia); a Ásia retoma o crescimento, inclusive o Japão, e a mesma tendência, embora mais moderada, é vista pelo Vorort na América Latina.

Finalmente o mercado interno suíço também se aquece. Após anos de estagnação, os empréstimos bancários estavam em alta de 5,5 p/cento no final de setembro.