FMI mantém previsão de crescimento global mas alerta para desaceleração do ritmo de desinflação

Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) – A economia global está preparada deverá registrar crescimento modesto nos próximos dois anos em meio ao arrefecimento da atividade nos Estados Unidos, a uma melhora na Europa e a um consumo e exportações mais fortes na China, mas há muitos riscos para essa trajetória, disse o Fundo Monetário Internacional nesta terça-feira.
O FMI alertou em seu relatório Perspectiva Econômica Global que o ímpeto na luta contra a inflação está diminuindo, o que poderia atrasar ainda mais o afrouxamento das taxas de juros e manter a forte pressão do dólar sobre as economias em desenvolvimento.
O FMI manteve sua previsão de crescimento real do Produto Interno Bruto global para 2024 em 3,2%, e aumentou a projeção para 2025 em 0,1 ponto percentual em relação a abril, para 3,3%.
Mas a revisão da perspectiva refletiu algumas mudanças entre as principais economias, com a previsão de crescimento dos EUA para 2024 reduzida em 0,1 ponto percentual, para 2,6%, devido ao consumo mais lento do que o esperado no primeiro trimestre.
A previsão de crescimento do Fundo para os EUA em 2025 permaneceu em 1,9%, uma desaceleração impulsionada pelo esfriamento do mercado de trabalho e pela moderação dos gastos em resposta à política monetária restritiva.
“O crescimento nas principais economias avançadas está se tornando mais alinhado à medida que as lacunas de produção estão se fechando”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em uma publicação no blog que acompanha o relatório, acrescentando que os EUA estão mostrando sinais crescentes de desaceleração, enquanto a Europa deve se recuperar.
O FMI elevou significativamente sua previsão de crescimento da China em 2024 para 5,0% – igualando a meta do governo chinês para o ano – de 4,6% em abril, devido a uma recuperação do consumo privado no primeiro trimestre e a exportações fortes. O FMI também aumentou sua previsão de crescimento da China para 2025 de 4,1% em abril para 4,5%.